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Foto: Lenito Abreu

Foto: Lenito Abreu

Em virtude do grande fluxo de saída dos animais de propriedade de produtores rurais da Ilha do Bananal, as equipes da Adapec – Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins farão a vacinação contra a febre aftosa do gado pertencente aos indígenas, cerca de 3 mil reses, a partir desta segunda-feira, 15 de setembro.

De acordo com informações do delegado regional da Adapec de Formoso do Araguaia, Ramiro Nieto, a saída dos animais está ocorrendo de forma intensa porque o prazo dado pela justiça para que os pecuaristas retirem o gado expira no próximo dia 15.

Segundo o presidente da Adapec, Humberto Camêlo, a vacinação do gado na Ilha será iniciada pela aldeia Boto Velho. A expectativa é que todo o rebanho seja imunizado contra a febre aftosa, tanto o das comunidades indígenas quanto os animais que estão sendo retirados. “A medida é importante para garantirmos a sanidade do nosso rebanho”, ressaltou.

A previsão é de que a imunização dos animais da Ilha seja concluída em um prazo de dez dias. Para tal, a Adapec contará com duas equipes de profissionais. Vale ressaltar que esse rebanho é vacinado anualmente devido a região obter condições climáticas e físicas diferentes das demais do Estado.

Os bovinos que não pertencerem aos indigenas e que porventura não forem retirados da localidade, já que não foram vacinados contra a febre aftosa, estarão sujeitos ao rife sanitário (sacrifício), conforme prevê a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura nº 44/2007. Já os proprietários serão notificados a pagar uma multa de R$ 5,32 por cabeça.

Histórico

A Justiça Federal no Tocantins determinou, em março deste ano, aos criadores de gado que retirassem seus rebanhos e pertences do Parque Indígena do Araguaia. A decisão é resultado de um processo iniciado com Ação Civil Pública proposta ainda no ano de 1999.

Em reunião realizada no último dia 1º de setembro, entre representantes da Adapec, Procuradoria da República, Funai – Fundação Nacional do Índio e Polícia Federal, ficou definido que a Funai faria a relação de criadores que ainda mantinham rebanho na terra indígena, para que o Ministério Público fizesse a expedição de ordem de desocupação forçada. Por sua vez, os pecuaristas teriam até o dia 15 de setembro para retirarem seu rebanho, por uma das sete rotas pré-estabelecidas e então fazer a vacinação antiaftosa em uma propriedade já definida pela Justiça.

 

Fonte: Secom