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Polí­tica

A senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Kátia Abreu (DEM), comentou nesta sexta-feira, 05, durante coletiva com a imprensa, sobre as dificuldades de se fazer reforma agrária no Brasil. Para a democrata, a postura do Governo Federal não é clara com relação às invasões de terra. Segundo a parlamentar, o governo é conivente com esse tipo de ação. “O comportamento do governo, de setores do governo, financiando invasões, chega a ser cínico”, disse a senadora.

Outra questão que envolve as dificuldades da reforma agrária, para a senadora é uma confusão na hora de definir os termos da reforma. Segundo a democrata, a população brasileira, não é contra a reforma, mas a maioria não entende seus conceitos, e isso gera as invasões.

Para Kátia Abreu, “dividir o que é grande entre diversas pessoas gera uma sensação de justiça social”, mas o direito de terra e a constituição nunca devem ser desrespeitados. “Nenhuma bandeira social, mesmo que seja bonita, pode ser em cima da constituição”, argumentou a senadora.

Quando questionada sobre se as mudanças no setor agrícola afetaram mais diretamente os pequenos produtores, a democrata disse que o governo Lula não fez grandes mudanças no setor. De acordo com a senadora, “o governo Lula colocou mais recursos à disposição do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar)”, e que de acordo com pesquisa do Ibope, 75% dos pequenos produtores não tem acesso ao crédito do programa.

Sou canditada

Kátia Abreu não deixou de falar sobre as eleições deste ano para o governo do Tocantins. Com o nome cotado para assumir a vaga de vice-presidência na chapa de José Serra (PSDB) para o Palácio do Planalto, a democrata deixou claro suas intenções para o pleito de 2010. “Sou candidata à governadora do Tocantins”, esclareceu.

Para ocupar a cadeira maior do Palácio Araguaia, a democrata reafirmou sua possível aliança com o ex-governador Siqueira Campos (PSDB). Segundo a senadora, de acordo com pesquisa Ibope, a aliança Kátia Abreu / Siqueira Campos, teria de 63% a 73 % de aprovação popular e que isso é um forte indício de sucesso nas eleições.

Respondendo por declarações recentes de que teria proximidades com o PMDB através de alguns de seus membros, a senadora não escondeu a vontade de firmar uma aliança com o partido. “Ainda podemos ter boas surpresas até abril”, disse a democrata.

Não se pode esquecer que o PMDB, do governador Carlos Henrique Gaguim, tem um histórico de combate ao ex-governador Siqueira Campos, provável aliado de Kátia Abreu. Com relação a isso, a senadora enfatiza que a possibilidade de ruptura com o PSDB é “remotíssima” e não descarta a possibilidade de um “chapão” DEM / PSDB / PMDB. “Por que não? Não acho impossível, acho muito mais impossível o DEM com o PT” disse a democrata.

Mas nem tudo poderá correr bem na candidatura de Kátia Abreu ao governo. O prefeito da cidade de Araguaina Valuar Barros (DEM) e o presidente do diretório Democrata da cidade, Mané Mudanças, já declararam publicamente sua postura de oposição ao ex-governador Siqueira Campos, possível aliado. A senadora minimizou o caso e disse que tem “certeza de que o Valuar não fica longe do partido dele na eleição”.

Outra situação que pode impedir a candidatura da democrata ao Palácio Araguaia é o acordo a ser feito para a composição da chapa. Kátia foi incisiva ao afirmar que não vai ser vice de Siqueira Campos.

Além, da vontade de aproximação com o PMDB, a senadora ainda citou parcerias antigas do DEM no Estado. “O PPS, PR, João Ribeiro era aliado do Siqueira até pouco tempo” lembrou Kátia Abreu.

O senador João Ribeiro (PR) já anunciou sua candidatura ao governo do Estado e conta com o apoio declarado do atual governador Carlos Henrique Gaguim do próprio PMDB.