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Opinião

Meus caros, desde o tempo de Universidade, meu sonho era ser um jornalista que marcasse o meio em que vive. Sonhava, sim em sofrer tentativas de censura por parte de políticos e autoridades incomodados com o que escrevesse e divulgasse - sempre me atendo aos fatos. Agora, ser cerceado por colegas de profissão em detrimento de determinada classe política?? Isso beira o absurdo.

Se defender a minha classe de trabalho de ataques despudorados de quem quer que seja é perder a compostura, prefiro não ter esta dita-cuja a me sujeitar a desparates.

Sim, vamos dar nomes aos bois, pois tudo já está muito às claras. Estou me referindo ao editorial publicado pela minha nobre colega de profissão, a jornalista Roberta Tum, em resposta a uma matéria feita por mim e publicada neste site no último sábado, 9.

Ao escrever o texto, baseado sim, em informações recebidas na redação onde trabalho, eu não imaginava que iria causar tamanho desconforto no site da estimada jornalista, ao ponto de, na segunda-feira seguinte, logo cedo, receber um telefonema da própria Roberta tirando satisfações acerca do que havia escrito. Durante a ligação, mais uma vez afirmei que não havia revelado nomes, nem de veículo, nem de repórter, e que, se dependesse de mim, a integridade de seu site estaria mantida. Mas parece que isso não foi o suficiente.

Qual não foi a minha surpresa ao abrir a página principal de seu web site (sim, eu acompanho, e, de certa forma, ainda admiro o seu trabalho) e perceber um texto recheado de ataques pessoais e tentativas de desvalorizar o meu trabalho enquanto jornalista. Mas, vamos por partes.

“O que de fato aconteceu”

O que de fato aconteceu foi a visita do ex-governador José Wilson Siqueira Campos à Agrotins na última sexta-feira, 8 e todo o alvoroço que a visita do político causa.

Os dois lados da história (com “h”)

Ao que me consta, a nobre jornalista também não esteve presente no parque agrotecnológico na manhã daquele dia. Pautou suas informações da mesma fonte que eu, ou seja, uma testemunha lá presente. No caso de Roberta, seu repórter. No meu caso uma pessoa que, como já está mais do que falado, não quis se identificar. E o direito que essa pessoa tem de não se identificar, é o mesmo direito que qualquer cidadão tem de não querer dar uma entrevista. Seja por que motivo for! Isso não invalida o seu depoimento.

Agora, me acusar de querer “tirar uma casquinha, sabe-se lá por que”, é uma falta de respeito comigo enquanto profissional e como cidadão.

“O preconceito de quem não viu”

Sim, eu faço parte da chamada nova geração do jornalismo tocantinense. Moro neste Estado há cerca de 7 anos e realmente não presenciei os anos de governo do Siqueira Campos.

Vivendo e aprendendo

Eu aprendi duas coisas com todos os que me cercam: escutar e aprender.

Muito além das lendas que cercam o ex-governador, o que se pode apurar, com aqueles que vivenciaram o período, é que, assim como todos os outros governantes do mundo, teve pontos positivos e negativos. Ele auxiliou na construção do Tocantins, isso é fato inegável. Mas ele abusou de sua autoridade como governador, tanto com a população, quanto com a imprensa. E foi nesse ponto que eu quis tocar ao redigir meu texto no último sábado.

Enquanto figurões da política, como Siqueira Campos, não aprenderem a tratar a imprensa com respeito e dignidade, esse Estado não tem pra onde crescer.

“Deixa que eu defendo”

Em momento algum, em minha matéria publicada no último sábado, eu pretendi defender A ou B. Minha intenção foi simplesmente fazer uma análise do comportamento de Siqueira Campos com a imprensa nesse princípio de campanha.

Muito além das redações

Eu penso que um jornalista precisa ter opinião própria e ser firme naquilo que defende. Respeito o posicionamento da jornalista Roberta Tum, assim como o de qualquer pessoa que pensa e que se expressa. Isso vai muito além de ética profissional, é questão de bom senso. Não seria um simples telefonema ou uma opinião contrária a minha que iriam me fazer mudar de opinião sobre determinado assunto. A pessoa tem que ser ética, primeiramente consigo mesma.

Resumo da ópera

Uma matéria analítica sobre comportamento de um determinado político, provocou uma reação em cadeia que passou por um telefonema desaforado e pode se transformar em um grande conflito de opinião. Em um certo ponto, isso é construtivo para se gerar novas ideias. Mas essas atitudes são construídas erroneamente, levando para o lado pessoal, como foi feito pela já tão citada jornalista, gera cerceamento e censura.

E ainda vem me falar em liberdade de imprensa.