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Educação

Com o tema “Literatura Tocantinense e a Reinvenção da Identidade Regional no Contexto Atual”, os professores do curso de Letras do Centro Universitário Unirg, Maria Wellitania de Oliveira e Fabiano Donato Leite, estão coordenando uma pesquisa sobre o estudo da literatura regionalista tocantinense.

A pesquisa tem o intuito de averiguar a atual situação das expressões em narrativas da literatura tocantinense, no que diz respeito às características que identificam a cultura do Estado. O projeto foi aprovado pela Pró-Reitoria de Pesquisa da Instituição (Propesq).

“Atrevo-me a dizer que não há um Estado mais brasileiro do que o Tocantins, pois aqui encontramos gente de todo o País, pessoas que vieram somar com as já existentes. Esta soma pode ter resultado numa nova identidade cultural capaz de fazer o corte do cordão umbilical que une (ou unia) o Tocantins e Goiás. Isso é o que queremos descobrir em nossa pesquisa”, afirma Maria Wellitania.

A professora acrescenta ainda que é importante ressaltar que um dos fatores principais que favoreceu a divisão do Estado, foi a peculiaridade cultural do Tocantins, o antigo norte goiano. “Essa peculiaridade foi enfatizada no discurso autonomista na época”, diz.

O foco do estudo será embasado em autores regionalistas goianos como: Bernardo Élis, Eli Brasiliense, Carmo Bernardes e José J. Veiga, além de outros autores brasileiros como o mineiro João Guimarães Rosa.

“Escolhemos trabalhar com o foco nos autores de narrativas (contos e romance), pois nessas narrativas é possível encontrar todos os elementos que caracterizam a linguagem, os costumes, as crenças, enfim, a cultura de uma região. Para isso, fizemos uma pesquisa para sabermos quem são os autores de narrativas em Goiás e Tocantins e recebemos, inclusive, auxílio de membros das Academias de Letras destes estados”, relatou.

Também existe a intenção de buscar nas obras tocantinenses examinadas os elementos que fizeram e que fazem do Tocantins um Estado uníssono. Além disso, pretende trazer à tona os escritores que são, de fato, regionalistas, que tem feito dos elementos culturais do estado, a matéria orgânica de suas escritas.

“Neste caminho trilhado por diversos escritores, registram-se as criações dos tipos de rua, presentes na literatura de Juarez Moreira; a contística folclórica de Dourival Santiago e Murilo Bahia Brandão Vilela; a contística sociopedagógica de Fidêncio Bogo e o regionalismo sociológico de José Liberato Costa Póvoa, entre outros que estão se afirmando como escritores de narrativa regionalista”, disse a professora.

Segundo Wellitania esses escritores exigem uma apreciação mais crítica acadêmica sobre os registros e divulgação de suas obras. “Atualmente, a análise destes escritos e o reconhecimento da criação literária ainda deixam a desejar, em vista do muito que ainda é possível ser estudado. Esse quadro pode melhorar, por meio, basicamente, da pesquisa, do empenho crítico e da produção de quem lê as obras dos autores regionais”.

A importância desta pesquisa se faz pelo fato dela ser didática, investigativa e promovedora da valorização da cultura regional. A professora ressalta ainda que o estudo culminará com a produção de um material crítico, tanto por parte dos acadêmicos envolvidos, como pelos professores pesquisadores.

“Temos o apoio de muitos alunos de Letras, de todos os períodos, que quiseram contribuir com o trabalho e se dispuseram a fazer leitura das obras e dar um parecer crítico sobre o livro, considerando se a obra é ou não regionalista. A pesquisa é de todos que queiram se envolver no projeto, para que alcancemos nossos objetivos, toda ajuda neste sentido é bem-vinda”, finalizou a professora. (Assessoria de Imprensa Unirg)