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Palmas

Mais uma reunião pública para ouvir a população e especialistas sobre a proposta por maioria dos vereadores de expandir o perímetro urbano de Palmas foi realizada na sede da Câmara de Palmas nesta quarta-feira.

A primeira reunião realizada na semana passada foi marcada pela rejeição popular à proposta dos vereadores. Participaram estudantes, representantes de movimentos sociais, professores, arquitetos, urbanistas dentre outras categorias. O encontro começou marcado por grande manifestação popular com faixas.

Uma das faixas dizia que os moradores do Córrego Machado apoiam a expansão urbana. Cartazes traziam também mensagens de moradores de setores como o Irmã Dulce. O líder do prefeito na Casa, Milton Neris (PR) fez a leitura do projeto de lei em análise e discussão explicando as proposições da prefeitura com relação a regulamentação da área de Influência das Rodovias.

Falta de informação

O arquiteto Walfredo Antunes, contratado pela Câmara para fazer um levantamento sobre o atual plano diretor disse que neste segundo encontro a população se fez mais presente. Os presentes se manifestaram com vaias e gritos quando o arquiteto começou a falar. “É bom lembrar que os vereadores em nenhum momento estão falando em expansão urbana, o que estão propondo é inserir o plano do projeto uma zona de expansão urbana. É meramente isso”, frisou.

Walfredo subiu o tom de voz e continuou sua fala exaltado. “Essa fobia de achar que amanhã vai se ocupar hoje e amanhã não vai acontecer hoje”, frisou. O projeto cria zonas de expansão e propõe expansão da zona industrial, segundo o arquiteto que chegou a ser vaiado por alguns presentes. Segundo o arquiteto, a polêmica em torno do tema é causada também por falta de conhecimento com relação ao projeto da Prefeitura de Palmas.

O crescimento da capital é homogêneo, segundo o arquiteto. A ocupação nas áreas vazias será do mesmo modo como vem ocorrendo segundo Walfredo. “É previsível que em 5 ou 10 anos essas áreas possam estar todas ocupadas tal como estão agora”, disse. Walfredo falou que é falsidade ideológica comparar o crescimento e ocupação de Palmas com outras cidades.

A ideia de expandir é para facilitar a regulamentação de áreas sem trazer custos absurdos, explica Walfredo. “É preciso ter alguma forma das pessoas que não ter terra tenham acesso a uma propriedade”, pontuou lembrando de Taquaralto e outros bairros.
O vereadores querem, defende Walfredo, que o limite de expansão urbana seja planejado e de acordo com a necessidade de Palmas.

Resistência

O petista Bismarque do Movimento resiste à proposta dos demais colegas de expansão e propôs a criação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Pela proposta do parlamentar áreas utilizadas para especulação seriam destinadas para construção de unidades habitacionais para famílias de até seis salários mínimos.Bismarque defende ainda a ocupação dos espaços vazios.

Para muitos dos populares presentes a intenção da proposta do aumento do plano diretor não beneficiará a classe pobre nem vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida. O resultado da expansão do perímento, para estudantes e também representantes de associações presentes, vai ainda encarecer o transporte coletivo e dificultar acesso a postos de saúde e creches.