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Saúde

Foto: Divulgação

O Sindicato dos Profissionais da Enfermagem do Estado do Tocantins (Seet) irá protocolar, nesta segunda-feira, 4, documento junto ao Secretário Estadual da Saúde, Nicolau Esteves, cobrando providências quanto a situação encontrada no Hospital de Referência de Augustinópolis, no Extremo Norte do Tocantins, a 605 quilômetros de Palmas, na região conhecida como Bico do Papagaio. Entre as denúncias, problemas com alimentação e repouso dos funcionários, desvio de função, insegurança, além de assédio moral. As falhas foram apontadas durante uma visita realizada pelos diretores do Sindicato. A direção da unidade já foi notificada a dar explicações.

De acordo com o diretor jurídico do Seet, Claudean Pereira Lima, há pendências tanto de recursos humanos como de materiais. Atualmente são 43 enfermeiros assistenciais e 225 técnicos em enfermagem, destes 60 são contratados.

“Não constatamos a existência do índice de segurança técnica para cobertura de atestado médico, licença maternidade, férias e outros afastamentos”, declarou o diretor acrescentando que durante a visita nas dependências do hospital encontraram outras irregularidades. “Falta de insumos e materiais básicos como: bebedouro em números suficientes para profissionais, copos descartáveis, luvas de procedimentos, mascaras cirúrgicas e do tipo N95. Sem contar na estrutura física comprometida, infiltrações nas paredes e no teto, piso com rachadura, janelas quebradas e sem proteção”, continuou o diretor.

O Centro Hospitalar conta com sala de repouso apenas para os médicos, enfermeiros e técnicos em radiologia. Os técnicos e os auxiliares em enfermagem precisam improvisar colchões no chão dos postos, muitas vezes sem condição de higiene e privacidade. Outro problema é quanto a alimentação. Além de não preencher requisitos nutritivos, falta talher. Os pacientes ainda estão tendo que levar lençóis de casa para forrar as macas, já que a secadora de roupa está quebrada há aproximadamente dois meses.

A unidade também está descumprindo a resolução 376/2011 do Confen – Conselho Federal de Enfermagem, onde determina que o transporte de paciente seja feito por uma equipe especializada. Mas em vez disso, o trabalho estaria sendo desempenhado por profissionais da enfermagem. “Isso caracteriza desvio de função”, lembra o diretor do Seet acrescentando que os profissionais de enfermagem também precisam constantemente buscar medicamentos na farmácia, comprometendo a assistência de enfermagem. Além disso, o suporte de oxigênio fica em local inadequado. Os cilindros ficam trancados em uma sala, sendo assim, em caso de emergência a saúde do paciente pode ficar comprometida.

O Sindicato também verificou que não existe um número suficiente de segurança para atender a demanda, comprometendo o trabalho e a tranquilidade de usuários e profissionais no exercício de sua função. Sem contar no assédio moral que alguns funcionários estariam sofrendo por parte de superiores.

O presidente do Seet, Ismael Sabino da Luz, que acompanhou a situação de perto, cobra providência imediata.

“É inadmissível que um hospital, se encontre nessas situações. Queremos que o governo resolva isso o mais rapidamente possível. Não dá para os profissionais e os pacientes continuarem sofrendo dessa maneira. Nem dá pra culpar a Pró-Saúde, já que esse hospital sempre foi administrado pelo Estado”, disse o presidente.(Ascom Seet)