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Polí­tica

Depois de dois pronunciamentos do deputado José Bonifácio (PR), criticando possíveis emparelhamentos políticos entre governo e PMDB, e cobrando um posicionamento da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, a deputada Josi Nunes, líder da bancada do PMDB na Casa, decidiu responder, também utilizando a tribuna do parlamento. Por duas vezes, Bonifácio usou o púlpito da AL para tecer críticas à atual postura do PMDB que vem se aliando a candidatos governistas tanto nas eleições municipais, quanto na eleição da Mesa Diretora da Casa de Leis.

Já na manhã desta quinta-feira, 5, o deputado do PR, mais uma vez, usou da história peemedebista para criticar a falta de uma oposição forte na Casa. Muito do teor do discurso de Bonifácio é por conta da indicação do ex-oposicionsta, Sandoval Cardoso (PSD) como candidato de consenso do governo do Estado à presidente da Mesa Diretora. “E até na composição dos cargos seria entre o PMDB, PSD, PPS”, completou. Segundo o deputado, o acordo entre as bancadas já estaria selado e os cargos sete cargos seriam distribuídos entre estes três partidos.

O deputado ainda salientou a presença do presidente regional do PMDB, deputado federal Junior Coimbra, que desde ontem vem à Assembleia Legislativa e se reúne com deputados de seu e de outros partidos. “A movimentação do presidente do PMDB nestes dois dias nesta AL é uma prova cabal disto que está acontecendo”, disse.

Em tom ainda incisivo, Bonifácio criticou as atuações políticas de ambos os lados, quando de uma possível cooptação do maior partido a compor bancada de oposição ao governador Siqueira Campos no Estado. “Talvez a política neste estado ainda possa ser a política de homens que primem pela palavra, pelas posições, pela honestidade, pelo bem do povo e pelo bem do nosso Estado. Estou vendo e sentindo que a política se misturou. E quando alguém me criticou na imprensa quando falei que no Tocantins virou uma verdadeira prostituição política, eu mostrei que estava com a razão”, atacou.

Resposta peemedebista

Assim como na tarde de ontem, a deputada Josi Nunes (PMDB) usou a tribuna da Assembleia logo após o discurso de Bonifácio e, desta vez, foi mais contundente em sua fala e defendeu a postura do PMDB ainda como partido de oposição dentro da Casa de Leis. A deputada alegou que foi criticada após sua fala de ontem, quando admitiu que o PMDB precisaria de uma reorganização interna. “O próprio PMDB está fazendo estas indagações. Alguns posicionamentos tomados pela direção do partido, mas não somente pela direção – o deputado Junior Coimbra tem discutido internamente, tem causado estranheza a muitos peemedebistas”, explicou.

A deputada, rechaçando as acusações de que o PMDB vem se tornando sistemicamente um partido coadjuvante no processo político, Josi lembrou que três dos quatro governadores que já passaram pelo Palácio Araguaia, três são do PMDB. “O PMDB, maior partido de oposição, não ficamos coadjuvantes. No Tocantins, tivemos projetos que viabilizaram 3 governadores do partido. Papel de coadjuvante no Tocantins, não se concretiza na totalidade”, disse.

Já sobre a eleição da Mesa Diretora, Josi defendeu o consenso entra as bancadas para a formação da nova direção da Assembleia Legislativa. Para a parlamentar, é natural que as bancadas sejam chamadas para definir a composição e, no Tocantins, apenas em um período, a situação foi diferente que foi quando o então deputado Carlos Gaguim foi eleito presidente, mesmo o governador da época, Marcelo Miranda, apoiando o deputado César Halum. “Todas as outras vezes, todas as bancadas são chamadas para fazer uma composição. Quando hoje, faz-se um processo em que o deputado Sandoval coloca seu nome e planeja-se uma composição em que hajam três nomes da oposição e três da situação, é pra haver um equilíbrio”, salientou.