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Polí­tica

Após seu depoimento inicial na CPMI do Congresso, o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) respondeu aos questionamentos do relator da Comissão, senador Odair Cunha (PT/MG). Durante seu depoimento, o prefeito precisou responder sobre seus encontros com o bicheiro Carlos Cachoeira e sobre os contratos da Prefeitura de Palmas e as empresas ligadas ao esquema do contraventor.

Ao contrário do informado anteriormente, o prefeito, desta vez, informou que teve dois encontros com Carlos Cachoeira, um em 1994 e outro dez anos depois, já na campanha eleitoral de 2004, fruto da reportagem do semanário Fantástico, da Rede Globo.de acordo com o prefeito, no ano de 1994, enquanto candidato a deputado estadual, ele fazia “dobradinha” com o então candidato a federal, Uiatan Cavalcante, que era de Anápolis e conhecia o bicheiro. Na ocasião, o prefeito admitiu ter recebido material gráfico de Cachoeira através da relação do contraventor com Cavalcanti. “Nós recebemos, naquela ocasião, bonés e camisetas que eventualmente continham o meu nome. Depois fui informado que era o Carlos Cachoeira quem mandou”, completou.

Já no encontro durante a campanha de 2004, o prefeito foi mais evasivo e frisou não se recordar de todos os presentes no escritório de Cachoeira, em Anápolis. Raul destacou que foi levado ao escritório do bicheiro por intermédio de uma pessoa próxima a Cachoeira, conhecido como Alexandre. O prefeito, no entanto, negou conhecer o homem e disse não ter mais encontrado com o chamado Alexandre em nenhuma outra oportunidade. “Eu soube que ele esteve mais umas três vezes em Palmas para falar comigo, mas não nos encontramos”, citou.

Sobre aquele a quem considera um amigo de longa data, Silvio Roberto, Raul frisou que ele ajudou em todas as suas campanhas eleitorais, de 2004 para cá. O prefeito, no entanto, voltou a ressaltar que Silvio Roberto não propôs nenhum tipo de negócio com o bicheiro. “O Sílvio é muito empolgado. Penso que tenha sido algum tipo de proposta no calor da conversa”, disse.

O prefeito ainda salientou, no entanto, que poderia ter “adoçado” Cachoeira, com o que chamou de falsas expectativas para futuros benefícios administrativos. “Nós não estávamos conseguindo doações e estávamos ficando angustiados. Eu gerei uma falsa expectativa para ele. Mas volto a repetir que não há nenhum tipo de ligação entre a minha administração e este senhor”, completou.

Kátia Abreu e Delta

Com pagamento de cerca de R$ 119 milhões durante os seis anos de contratos entre a empresa e a Prefeitura de Palmas, a Delta já passou por seis contratos com a gestão municipal sendo duas licitações e quatro com dispensas. Na ocasião, o prefeito salientou que dispensou as licitações em momentos de emergência. Na ocasião, o prefeito ainda frisou que contratou a Delta sem processo licitatório por bons antecedentes junto a serviços prestados ao governo do Estado.

Já a senadora Kátia Abreu (PSD), questionando as alegações do prefeito de Palmas, frisou que a Delta, ao contrário do afirmado por Raul Filho, só firmou contrato com o governo estadual na gestão de Carlos Gaguim (PMDB), em 2009. “Além disto, o TCE considerou fraudulentos os outros contratos firmados entre a prefeitura e a Delta”, completou.

Sobre os questionamentos do Tribunal de Contas do Estado sobre um dos contratos com a Delta, o prefeito frisou que tudo não passou de recurso por parte da Litucera por ter perdido o processo licitatório. “Não há o que questionar sobre falhas no contrato. Foi apenas uma empresa que perdeu a licitação e recorreu”, completou.