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Estado

Foto: Ascom MPF-TO

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A terceira expedição realizada em 2012 pelo Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) teve início dia 6 de agosto, nas cidades de Xambioá (TO) e São Geraldo (PA). O GTA foi criado com o objetivo de empreender buscas por corpos de guerrilheiros que lutaram na Guerrilha do Araguaia, ocorrida na década de 70 nas fronteiras entre Pará, Tocantins e Maranhão. Mais duas expedições devem ser realizadas neste ano, antes do início da temporada de chuvas na região.

Desta expedição, que se estende até o dia 15 de agosto, participaram o procurador da República no município de Cachoeira do Sul (RS), Ivan Cláudio Marx, designado pelo procurador-geral da República para acompanhar os trabalhos do GTA, além de João Raphael Lima (PRM de Araguaína), Melina Tostes e Luana Macedo (PRM de Marabá), procuradores naturais das cidades do norte do Tocantins e sul do Pará. Estas regiões abrangem o território passível de buscas pelo grupo, por ser a área onde aconteceram combates, execuções e possíveis sepultamentos dos corpos dos guerrilheiros, seja nos cemitérios locais ou na mata. “Este é o grande diferencial desta expedição: a presença ampla dos representantes do Ministério Público Federal que tenham o caso sob sua alçada”, considera o procurador Ivan Marx.

As buscas desta expedição se concentraram em três locais, sendo dois no cemitério de Xambioá e um no cemitério de São Geraldo. Com auxílio do equipamento da Polícia Federal denominado GPR (Ground Penetrating Radar) são delimitadas as áreas para escavação. Caso sejam encontrados restos mortais, são verificadas características que indicam se podem ser de um dos corpos procurados. Em caso de forte evidência, os restos mortais são encaminhados para Brasília, onde são realizados os exames de DNA capazes de comprovar se realmente são dos guerrilheiros desaparecidos. A equipe técnica responsável pelas buscas é formada por geólogos, geofísicos, antropólogos forenses, arqueólogos, legistas e pesquisadores de várias instituições.

Transparência 

O trabalho de buscas pelos restos mortais dos guerrilheiros foi iniciado pelo denominado Grupo de Trabalho Tocantins (GTT), em julho de 2009, integrado por servidores do Ministério da Defesa com suporte do Exército Brasileiro. Após decisão da Justiça Federal, em maio de 2011 foi criado o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), integrado por representantes do Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). O GTA também prevê a participação do Ministério Público Federal, cumprindo exigência determinada pelas decisões da 1ª Vara da Justiça Federal de Brasília e da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

O GTA permite também o acompanhamento dos familiares dos desaparecidos. Desta expedição, participaram quatro desses representantes na busca pela elucidação dos fatos e reconhecimento dos restos mortais dos desaparecidos. (Ascom MPF)