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Polí­cia

O Ministério Público do Estado (MPE) manifestou-se à Justiça, nesta quinta-feira, 24, pela conversão da prisão temporária em prisão preventiva dos seis policiais militares de Gurupi suspeitos de compor um grupo de extermínio com atuação naquele município e foi atendido. A prisão preventiva foi requerida pelos delegados José Rérisson Macêdo, Liliane Albuquerque e Evaldo de Oliveira Gomes, com manifestação favorável do Ministério Público do Estado já que a prisão temporária dos PMs venceria nesta próxima sexta-feira, 25 de janeiro.

A manifestação do Ministério Público foi embasada no inquérito policial  - de 813 páginas, distribuídas em quatro volumes – que concluiu que os policiais militares, integrantes do COE (Comando de Operações Especiais) e do GOC (Grupo de Operações com Cães), abordaram as cinco vítimas e conduziram-nas em suas viaturas na noite de 21 de setembro de 2012. Em seguida, elas foram encontradas mortas.

A forma de execução, o perfil das vítimas, as declarações das testemunhas e um vídeo indicam os policiais militares como autores dos crimes, ocorridos na noite em que eles confirmaram estar em escala de serviço.

Todas as vítimas foram assassinadas com disparos de arma de fogo dirigidos à cabeça: quatro delas com disparos na nuca e uma na região temporal; e seus cadáveres foram localizados em região próxima às estradas de acesso ao povoado Trevo da Praia.

Ao requererem a prisão preventiva, os cinco promotores de Justiça que assinaram a manifestação alegaram que, se fossem mantidos em liberdade, os policiais investigados teriam estímulo para continuar a prática criminosa. A tese foi reforçada com o argumento de que testemunhas da abordagem dos policiais às vítimas estão sofrendo ameaças de morte e de que existe uma lista com vários nomes a serem mortos pelos “justiceiros”.

Decreto

O decreto de prisão preventiva é dá juíza substituta Gisele Pereira de Assunção Veronezi, da Comarca de Gurupi, e foi assinado na tarde desta quinta-feira. Em sua decisão, a juíza justifica a permanência dos investigados em prisão pelo fato de que eles teriam “tentado tumultuar a instrução criminal, ameaçando testemunhas e destruindo provas. Inclusive, há a suspeitas de os supostos autores tenham executado uma das testemunhas do caso”. Além disso, Gisele Veronezi argumenta quanto à extrema gravidade dos vários homicídios praticados e que os supostos agentes são de policiais militares, pessoas que, por lei, são autorizadas a usar armas.

Nomes

Foi decretada a prisão preventiva dos PMs: cabos Elizabeth Pereira Dias Oliveira e Heber Cleber de Rezende, da equipe do GOC, e do sargento José Alberto Sousa Abreu da Mata e dos cabos Amarildo Cordeiro Duarte, Elpides de Oliveira Silva e Marcelo Guimarães Barros, integrantes do COE.

O inquérito apurou as mortes de Walyson de Oliveira Gonçalves, Regivaldo Miranda da Silva, Reginaldo Alves, Cláudio Roberto Pereira da Silva e Daniel Alves Batista.

Uma sexta vítima, Ana Paula Lima, foi assassinada posteriormente, dias depois de prestar depoimento à Polícia Civil em que relatou ter avistado militares do GOC abordarem e agredirem Regivaldo Miranda da Silva, que foi encontrado morto. O assassinato de Ana Paula é investigado em um inquérito específico.

Denúncia

O Ministério Público do Estado tem até a próxima segunda-feira, 28, para oferecer à Justiça denúncia criminal contra os investigados. (Ascom MPE)