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Estado

Foto: Divulgação

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Se o Banco da Amazônia não diminuir os juros exorbitantes cobrados de financiamentos a produtores rurais com recursos do FNO, não eliminar o pré-requisito de tradição  exigido para a concessão de financiamento aos produtores  e não acabar com a taxa de 0,5% cobrada pela instituição para analisar a possibilidade de empréstimos,  não vai mais ser permitida a presença do Banco da Amazônia nas 38 exposições agropecuárias do Estado.

O anúncio, na forma de cobrança, foi feito na manhã desta quinta,9, pela senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (e da FAET) ao superintendente regional do Basa no Estado, Marivaldo Gonçalves de Melo, em reunião com os presidentes de todos os sindicatos rurais do Tocantins na Agrotins. A cobrança foi feita na presença, ainda, do secretário estadual de Agricultura, Jaime Café, presidente do Ruraltins, Miuky Yhashida, da Adapec, Marcelo Inocente e o superintendente regional do Banco do Brasil, João Batista de Sá.

A senadora anunciou também a intenção de provocar na Justiça a cobrança, por parte do Basa, da taxa de 0,5% de avaliação do financiamento. “Isto é um absurdo”, criticou Kátia, pedindo ao Superintendente da Instituição que informe à diretoria do Basa, em Belém (PA) sobre a intenção dos produtores rurais do Estado. Para Kátia, o dinheiro utilizado nos financiamentos dos produtores rurais é proveniente de recursos constitucionais e, portanto, não poderiam ser praticados da forma como o banco tem feito, com juros acima, às vezes, até mesmo dos praticados no mercado. “Não é possível cobrar juros de acima de 5% como faz o Basa”, disse a Senadora, informando que no próximo mês de junho deve ser lançado o Plano Safra, do governo federal, onde os juros, projetados pela taxa Selic, deve ser de 4,75%. “Se os recursos são constitucionais, como é que o Basa cobra juros acima do mercado?”, indagou a Senadora. “Os juros no Brasil estão na casa dos 5% mas o Basa cobra, em alguns casos,  até 7,23% de taxa de juros”, disse Kátia, ainda que esteja sendo beneficiado por uma taxa de adimplência.

Reunião

A reunião desta quinta tinha como objetivo  discutir temas importantes relacionados ao desenvolvimento do agronegócio tocantinense. Com o intuito de solucionar problemas que os produtores têm enfrentado e informar sobre as linhas de crédito que os bancos têm disponíveis para produtores, houve uma apresentação das opções de financiamento oferecidas pelo Banco do Brasil e Banco da Amazônia e debate entre os representantes dos bancos e os produtores rurais, intermediado por Kátia Abreu. Foram discutidos juros, taxas, documentação, pré-requisitos, patrocínio de projetos e financiamento para compra de animais, plantação de florestas, maquinário e suplementos. Também foi anunciado pelo superintendente do Banco do Brasil, João Batista de Sá Ayres, o primeiro financiamento para uma seringueira do país e um programa concorrente ao Minha Casa Minha Vida Rural, com objetivo de ampliar o projeto no Estado.

Vacinas contra Aftosa

Durante a reunião, também foi comemorada a distribuição de 3,6 milhões de vacinas doadas pela Faet a 90 mil produtores rurais do Estado durante os 12 anos em que o Tocantins é livre da febre aftosa. Kátia lembrou que em 2001, junto com o governador Siqueira Campos, receberam, em Paris (França), da Organização Internacional de Epizootias (OIE),  o certificado de  reconhecimento do Estado do Tocantins de livre de aftosa com vacinação, possibilitando abrir os mercados internacionais para a carne tocantinense. Durante a comemoração, foram entregues as vacinas deste ano para os produtores do Projeto São João II e a presidente da Faet, Kátia Abreu contou do desejo de ampliação do projeto com a doação da vacina contra a brucelose. O presidente da Adapec, Marcelo Inocente, assinou a portaria que permite a utilização de uma nova vacina contra brucelose no Tocantins a partir de setembro, uma vacina mais barata e que não apresenta falsos positivos.

Indústria do Leite

A senadora Kátia Abreu anunciou, ainda, durante a reunião desta quinta,  que recebeu do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em audiência na quarta, 8, a garantia de que o governo federal irá destinar um programa - Pronatec Leite (projeto apresentado pela senadora Kátia Abreu)para qualificação e ensino técnico específico para produtores de leite do país. A audiência ocorreu após a Senadora ter reunido os 60 maiores laticínios do Brasil, numa primeira reunião nacional do setor.Durante a reunião também foram assinados convênios com 10 laticínios do Estado que participarão do Ano do Leite no Tocantins.  No Estado, existem 36 laticínios, sendo que 30 já estão engajados no projeto.  Hoje, existem no Tocantins 15 mil produtores de leite de forma industrial e a partir de convênio firmado entre a CNA/FAET/Senar e Sebrae, já estão destinados R$ 11 milhões para o atendimento e qualificação dos primeiros 5 mil produtores de leite do Estado, num projeto que tem ainda o Ruraltins e Secretaria da Agricultura do Tocantins.”Nosso objetivo é melhorar a produtividade do nosso produtor de leite e dos laticínios”, disse Kátia Abreu. (Ascom)