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Estado

Foto: Cristiano Machado

Considerado o novo corredor de exportação do País, o projeto de construção da rodovia TO-500, a Travessia da Ilha do Bananal, além de resultados para a economia, propiciará melhoria na condição de vida de cerca de 5 mil indígenas de 22 aldeias tocantinenses da área. O estudo feito pelo engenheiro José Rubens Mazzaro e que está sendo apresentado pelo governador Siqueira Campos em aldeias tocantinenses prevê destinar aos índios parte dos recursos arrecadados com pedágio e compensações socioambientais como, por exemplo, investimento em saúde, educação e infraestrutura.

Nesse domingo, 29, o governador voltou a visitar uma comunidade indígena para discutir a viabilidade da obra e ouvir as famílias. Desta vez o local escolhido foi a Aldeia Canuana, em Formoso do Araguaia (327 km de Palmas). Esta foi a sua segunda visita em uma semana para tratar da pauta. No dia 22, ele esteve na Aldeia Santa Isabel (divisa do Tocantins com São Félix do Araguaia-MT).

Na Canuanã, ele reafirmou a posição do governo: defesa dos interesses das famílias da área. “Quero que vocês se reúnam e discutam. Estou aqui para dizer a vocês, como fiz na [aldeia] Santa Isabel: ‘Queremos fazer do jeito que vocês decidirem porque o projeto é para beneficiar vocês, para dar oportunidade e melhoria e qualidade de vida ao povo de vocês’”, afirmou.

Orçada em R$ 1,053 bilhão, a TO-500 terá 90 km. A sua construção possibilitará a ligação de dois trechos da BR-242: nas barrancas do Rio Javaé (cuja origem é Salvador-BA) até o Estado do Mato Grosso. Entre os serviços previstos estão sete pontes, uma delas sobre o Rio Araguaia, alambrados laterais, 108 passagens inferiores (para segurança aos pedestres e evitar acidentes com índios ou animais na tentativa de atravessar a via), duas praças de pedágio e bolsões que servirão de pontos turísticos.  A ideia é realizar o serviço por meio de parceria público-privada (PPP).

Diálogo

No encontro que reuniu representantes e líderes de 13 aldeias, Siqueira Campos determinou que técnicos do Estado aprofundassem as discussões sobre a viabilidade e compensações que as comunidades indígenas terão com a obra. Conforme Mazzaro, o mesmo trabalho é feito junto a órgãos ambientais estaduais e federais.

Um dos presentes, o cacique Tehambi Javaé apoiou a iniciativa de discutir o tema com os demais membros da comunidade. “Vamos ouvir os caciques, as comunidades e saber qual é a decisão”, disse. Darci Javaé, outro líder indígena presente, concordou com a ideia. “Cada membro será ouvido.” Já Mazzaro, reafirmou a importância da discussão. “Por determinação do governador, vamos ampliar esse contato, expor às famílias e aos caciques os benefícios desta obra e as compensações que terão e discutir demandas que serão apresentadas”, afirmou. (ATN)