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Educação

Foto: Juliano Ribeiro

Com população de mais de cerca de 15 mil indígenas, o Tocantins tem como um dos objetivos na educação garantir a estes povos acesso a escolas e ao conhecimento. Neste sentido, com o objetivo de mostrar ações diferenciadas também na educação indígena, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) realizou em Itacajá, na última segunda-feira, 29, o I Seminário de Gestão das Escolas Indígenas.

A programação, organizada pela Diretoria Regional de Gestão e Formação (DRGF) de Pedro Afonso, teve formato semelhante aos seminários de gestão escolar realizados com as unidades de ensino regular do Estado, com palestras, apresentações culturais e mostra de ações que vêm dando resultados dentro e fora das salas de aula nas aldeias da região. Durante o evento, que contou com a participação de cerca de 120 pessoas, diretores de escolas, professores e coordenadores pedagógicos trocaram experiências que sobre os projetos realizados em cada uma das unidades escolares da região.

A secretária de Estado da Educação e Cultura, Adriana Aguiar, destacou a necessidade de se implantar ações que atraiam a atenção dos alunos tanto para as disciplinas formais, como para aquelas voltadas especificamente para a cultura indígena. “As comunidades indígenas, assim como as demais, precisam de atividades que incentivem o acesso às escolas. Promover ações diferenciadas para os alunos das aldeias pode ser um diferencial para manter estas crianças em sala de aula e garantir um futuro para todos”, disse.

A diretora regional de Ensino de Pedro Afonso, Maria de Fátima Câmara, falou da troca de experiências entre alunos e professores de diferentes aldeias e de suas ações inovadoras. “O Seminário veio em boa hora, a fim de robustecer a ações nas escolas, além da valorização dos profissionais, pois os mesmos são comprometidos com os projetos e muitas vezes não há espaço suficiente para a divulgação dos resultados de seus trabalhos”, completou.

Ações inovadoras

O professor Renato Yaré desenvolve com seus alunos na Escola Indígena 19 de Abril um projeto chamado “Maco Literário”, que faz referência ao cesto artesanal utilizado para carregar de alimentos a utensílios, também conhecido como cofo. O projeto visa despertar nos alunos o interesse pela leitura e a interpretação textual, tanto na língua materna, quanto na Língua Portuguesa. “O Maco é utilizado nos momentos de leitura na sala, no pátio, nas casas e em rodas de leitura, com o intuito de uma posterior socialização do que foi lido, proporcionando a perpetuação dos costumes e tradições indígenas além de fortalecer o apreço pela leitura”, explicou.

Já o estudante Hélio Kêncapre Krahô, do 2º ano do ensino médio da Escola Indígena Xepjaka – Aldeia Campos Limpos, destacou o projeto chamado Lixo: Haverá Amanhã?, que visa a preservação do meio ambiente nos arredores da escola. “Além de educar as crianças em relação à reutilização do lixo, é muito importante para a nossa aldeia que todos cresçam sabendo da importância que o meio ambiente tem para nós, e é bom poder ver que todos tem levado o projeto a sério”, frisou. (Ascom/Seduc)