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Saúde

Foto: Heitor Iglesias

Foto: Heitor Iglesias

Um total de 66 cirurgias neurológicas, entre eletivas e de urgência e emergência, foram realizadas no Hospital Geral de Palmas (HGP) nos primeiros três meses deste ano, o que equivale a uma média de 22 cirurgias por mês. No ano passado a média de procedimentos no primeiro trimestre foi de 27 cirurgias.

Na unidade, as sub-especialidades da neurologia que possuem maior demanda são as cirurgias neurovasculares, onde estão inclusos aneurisma cerebral ou má formação vascular, e as de tumor. Mas também são realizadas cirurgias de coluna, já que o HGP trata faturas, hérnias de disco, doenças da coluna cervical, torácica e lombar, problemas que competem também ao campo da neurologia.

De acordo com o médico coordenador da Neurologia do HGP, Márcio Figueiredo, uma das maiores dificuldades enfrentadas na área é a grande quantidade de vítimas de acidentes de trânsito que acabam, pelo caráter de urgência, tendo que ser atendidas imediatamente, às vezes, adiando um procedimento neurológico que devia ser realizado.

“As vagas acabam sendo ocupadas por vítimas da imprudência no trânsito ou da violência social, situações que impactam diretamente na ocupação de leitos. Por isso, às vezes, enquanto estamos ocupados cuidando dos acidentados e polifraturados, muitas pessoas com doenças crônicas e que precisam de um leito para fazer cirurgia ficam esperando vaga. Será que não está na hora da população fazer também a sua parte? Nunca dirigir após ter ingerido bebida alcoólica, por exemplo?”, questiona.

Diagnosticada e tratada

Durvalice Alves da Conceição, moradora de Taguatinga, cidade localizada na região sudeste do Estado, deu entrada no HGP após sofrer uma forte dor de cabeça. Ao chegar ao hospital foi diagnosticada com aneurisma cerebral, necessitando de cirurgia e há pouco tempo passou pelo procedimento.  “Estou satisfeita e aliviada. Sofri muito, as dores eram muito fortes, achei que fosse morrer, mas me sinto muito bem agora e agradeço por todo atendimento que tive aqui”, disse já se despedindo do hospital.

Gilberto Mota da Silva, esposo de Durvalice, que a acompanhou durante todo o período de internação destacou o comprometimento da equipe que trabalha no HGP. “Fizemos uma família aqui e essa família ficou impressionada com a recuperação de minha esposa. Apesar de ter tido que esperar, ela sempre foi muito bem tratada”, relatou.

O coordenador da Neurologia reforçou que a espera pelo atendimento tem ligação direta com os acidentes que poderiam ser evitados.  “Alguns acidentes poderiam ser evitados e consequentemente o número de cirurgias de urgência realizadas reduziria bastante. Os leitos seriam ocupados por pessoas que possuem doenças crônicas, por exemplo, e não haveria uma fila de espera tão grande para a realização de cirurgias eletivas”, ressaltou.

Equipe qualificada

A diretora geral do HGP, Renata Duran, destacou que o serviço de neurocirurgia é de alta complexidade e que os pacientes têm acompanhamento completo.  “Contamos com uma equipe altamente competente e a população sai ganhando muito com esse serviço”, disse.

No HGP, quatro profissionais trabalham na área específica da Neurologia, no setor clínico, nos serviços do seguinte grupo de doenças: neuro-infecções, epilepsias, doenças vasculares encefálicas, neuropatias, mielopatias, doenças neurodegenerativas,  distúrbios dos movimentos, Síndrome de Guillain-Barré, deficiência mental e malformações congênitas do sistema nervoso.

Já na área especifica da Neurocirurgia atuam 10 profissionais no setor cirúrgico no tratamento de traumatismos cranianos, encefálicos, espinhais e de nervos periféricos, aneurismas, malformações artério-venosas, hemorragias, hematomas, tumores, hidrocefalia, edema cerebral, deformações congênitas do crânio e  traumatismo crânio-encefálico.

Dificuldades

Dados da Polícia Militar do Estado do Tocantins (PM/TO) chamam atenção para a situação de violência no trânsito. Nos três primeiros meses deste ano foram registrados 1.783 acidentes, sendo 43 com vítima fatal. Em 2014, o número de acidentes foi de 12.612,  sendo 209 com vítima fatal.

“Esses números têm contribuído para transformar o cenário do HGP e tem refletido diretamente nas especialidades de ortopedia e neurologia, já que o paciente vítima de acidente de trânsito, na maioria das vezes chega politraumatizado recebendo atendimento prioritário no pronto socorro e passando por cirurgias de urgência”, destaca o secretário de Saúde, Samuel Bonilha.