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Campo

Foto: Divulgação

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Em vários estados brasileiros, a mandioca é uma das mais tradicionais culturas agrícolas. No Tocantins, não é diferente. Para colaborar com o desenvolvimento da mandiocultura tocantinense, a Embrapa vem pesquisando dezenas de opções que podem dar certo no mais novo estado brasileiro.

O pesquisador Gustavo Campos, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), é um dos envolvidos. Ele cita o projeto Rede de Multiplicação e Transferência de Manivas-Semente de Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária, o chamado Reniva, no Tocantins.

Segundo ele, "um dos primeiros passos é trazer materiais melhorados de mandioca pra nossa região e testá-los aqui, descobrir os que serão os top de produção, que vão se destacar em produtividade, em resistência a doenças, quantidade de amido, enfim, os que vão ser os mais produtivos e preferidos, que vão ajudar a alavancar a mandiocultura no estado".

Gustavo explica que, no momento, há dois experimentos sendo conduzidos. O primeiro é na propriedade de um produtor do distrito de Taquaralto, em Palmas. Em novembro de 2014, foi plantado um hectare com 14 cultivares de mandioca de mesa e 14 de indústria. A previsão dos primeiros resultados, que devem ser sobre mandioca de mesa, é maio deste ano.

O segundo experimento é na área do Centro Agrotecnológico de Palmas, implantado em março de 2015 e que conta com mais de 20 cultivares melhoradas trazidas da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA).

Segundo Gustavo, "precisamos avaliar as principais variáveis que influenciam o sucesso do cultivo". Ele destaca pontos como doenças, tamanho de plantas, altura da inserção da primeira rama, peso e cor da raiz e teor de amido.

O pesquisador diz que há tanto ajustes mais simples, como mais complexos, que podem ajudar a incrementar a produção. Um exemplo é observar o tamanho adequado de manivas (pedaços das ramas que são plantadas, gerando os pés de mandioca), que precisa ter pelo menos 20 cm de comprimento e pelo menos 2,5 cm de diâmetro, o que leva a plantas mais vigorosas e produtivas.

"Outra recomendação que a gente faz é que o produtor mantenha na sua área um pequeno talhão, ou um talhão suficiente para que ele retire manivas-semente para o próximo plantio e que esse talhão possa ser tratado como um matrizeiro, como um banco de sementes. Ou seja, cuidar das plantas, eliminar aquelas doentes, deixar as plantas atingindo um grau de maturidade pra elas servirem realmente como sementes", completa.

Outros experimentos 

Considerando a extensão do Estado do Tocantins, de acordo com o pesquisador, "será necessário plantar outros experimentos em outras regiões. Na verdade, é um trabalho contínuo. Os primeiros resultados serão importantes, mas é importante que se continue avaliando novas cultivares, ou as mesmas cultivares, e também em regiões diferentes".

Os trabalhos com mandioca no Tocantins envolvem diferentes parceiros, tanto públicos, como da iniciativa privada. A área experimental da Agrotins e o projeto Reniva-TO farão parte da participação da Embrapa na Agrotins 2015, a Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins, que vai de 5 a 9 de maio no Centro Agrotecnológico de Palmas (acesso pelo km 23 da rodovia TO 050, saída para Porto Nacional).