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Economia

Foto: Divulgação

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O ano de 2015 se foi, mas as instabilidades política e econômica do País continuam sendo motivos de preocupação, principalmente para os empresários do setor de serviços. E as previsões para este ano que se inicia não são nada animadoras: queda de 3,5% no PIB, inflação acima de 10% e o fantasma do desemprego. A atividade econômica continuará se contraindo em 2016, é o que admite até o próprio Governo Federal. No Tocantins, segundo estudos da Fecomércio São Paulo, Palmas está entre a cinco capitais com a maior proporção de famílias endividadas, atingindo 77%. Esses dados são resultantes da pesquisa Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, que mesclam ainda números comparativos de 2012, 2013 e 2014, tendo como base informações do Banco Central do Brasil, do IBGE e da CNC.

Para o presidente do Sistema Fecomércio Tocantins, Itelvino Pisoni, depois de um ano de recessão econômica, de aumento da inflação e agora, no romper de 2016, a adoção de severas medidas econômicas tanto pelo governo estadual, quanto pelo federal, as previsões realmente não são nada boas para o brasileiro. “O pior de tudo isso é que alguns economistas afirmam que ainda não chegamos ao ápice desta crise”, destacou Pisoni.

Pisoni lembra ainda que a classe empresarial tentou negociar com o governo estadual e com os deputados estaduais, acerca das novas medidas econômicas propostas pelo executivo, ainda em agosto último. O que resultou no movimento “#NãoMaisImpostos”, que realizou até a paralisação do comércio no dia 21 de outubro nas três maiores cidades do Estado como forma de protesto. E lamenta que a classe não tenha recebido a tratativa adequada, visto que o pacote econômico foi votado às pressas no final de setembro. “O comércio e os serviços concentram quase cerca de 60% do PIB do Estado e é o segundo maior empregador formal. Não poderíamos ter sido tratados daquela forma. Mas quero aqui ressaltar que o governo nos atendeu num quesito, quanto à redução do ICMS para empresas de pequeno porte enquadradas no Simples, que ficou com 75% de redução no diferencial de alíquota para o período de 2015 e 2016, para compras efetuadas fora do Estado”, disse.

Outra preocupação apontada por Pisoni trata da aprovação da Lei Orçamentária Anual, a LOA 2016, em dezembro último. O motivo: os altos e injustificáveis reajustes praticados na LOA nos repasses aos poderes Legislativo, Judiciário, Defensoria, TCE e MPE, diante da situação econômica do País. “É claro que, olhando para trás, já estivemos bem pior. Por exemplo, a hiperinflação, a grande desorganização das contas públicas e a alta restrição de crédito ao Brasil, nos anos 80. Um governo que diz que o ano de 2015 foi difícil, economicamente falando, mas propõe reajustes tão altos de um ano para o outro, já que teve orçamentos que passaram dos 30% de reajuste”, questionou.

Pisoni entende que tanto o Governo Federal, quanto o estadual não estão fazendo a parte deles no que se refere a medidas reais de combate à crise. Como exemplo, cita a falta de uma ação simples: o enxugamento da máquina administrativa. “Outro avanço seria, além das reformas tributária, trabalhista e previdenciária – ações que dependem do Congresso – a adoção de mudanças que ampliem a competitividade das empresas brasileiras. Com o que temos, as previsões mais otimistas apontam uma retomada do crescimento a partir do segundo semestre de 2016. Mas para que saiamos todos dessa crise, é necessário que cada um: governo, iniciativa privada e a população, faça a sua parte da melhor maneira”, ressaltou.