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Saúde

A maioria dos animais peçonhentos, a exemplo do escorpião, são de hábitos noturnos

A maioria dos animais peçonhentos, a exemplo do escorpião, são de hábitos noturnos Foto: Josy Karla

Foto: Josy Karla A maioria dos animais peçonhentos, a exemplo do escorpião, são de hábitos noturnos A maioria dos animais peçonhentos, a exemplo do escorpião, são de hábitos noturnos

O período chuvoso aumenta a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos, o que exige da população mais cuidado na limpeza de lotes, casas e no uso de equipamentos que ajudam a evitar imprevistos. Este é um alerta da área de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que no ano de 2015 registrou 2.663 acidentes com este tipo de animal, sendo três com vítimas fatais. Neste ano, os dados apontam 152 casos. 

A bióloga e responsável técnica do setor, Shirley Barbosa Feitosa, lembra que o Tocantins possui uma diversidade de animais peçonhentos como serpentes, escorpiões, aranhas, arraias, abelhas e lagartas. “Todo o Estado é habitat destes animais, mas as ocorrências acontecem mais em locais onde há grande desmatamento, o que consequentemente afeta o meio ambiente. O período chuvoso reforça o aparecimento porque, principalmente os que vivem em tocas, como cobras e escorpiões, têm a moradia alagada e precisam se deslocar para encontrar um local seguro. Isso facilita o contato com as pessoas e a ocorrência de acidentes”, enfatiza.

As cobras e escorpiões, segundo a bióloga, são os campeões de notificações. “Na área rural são as serpentes que mais atacam e na área urbana os escorpiões. As principais vítimas são homens adultos, da zona rural”, detalha.

Para evitar o contato Shirley destaca que na zona rural, as pessoas devem usar botas e luvas e nas cidades deixar sempre os quintais limpos, sem entulhos, não acumular lixo doméstico, tampar brechas nas portas e paredes, tampar ralos de banheiros e colocar telas nas janelas. “A maioria destes animais são de hábitos noturnos e em casas, que têm baratas, por exemplo, a incidência é maior, porque são alimentos preferidos dos escorpiões”, afirmou.

Caso ocorra acidente

Em caso de acidente, a recomendação é procurar a unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível. “É importante destacar que procurar ajuda médica não é a vítima sair correndo até o posto médico, o ideal é que alguém a ajude e que ela permaneça o mais imóvel possível, pois isso evitar a absorção do veneno pelo organismo”, explica, acrescentando que as picadas nas extremidades, como dedos podem necrosar a parte atingida e levar a amputação.

Procurar o especialista foi a primeira atitude de Anália Fagundes Gomes, que já teve o tornozelo picado por escorpião, em Palmas. “Tinha uma obra inacabada na parte de cima do sobrado onde moro e ao entrar no closet senti a picada e uma dor alucinante, quando liguei a luz vi que era um escorpião e corri para o hospital. Tomei o soro e me receitaram analgésico também, mas naquela noite não consegui dormir de tanta dor que sentia mesmo após ser medicada”, conta.

O que não fazer

“Além do que fazer é importante dizer o que não deve ser feito pela pessoa atingida por um desses animais: não furar o local, pois pode piorar o quadro, não tentar chupar o veneno, não passar nada no local e nem medicar a vítima. Se possível manter-se calmo,  se tiver tempo lavar o local com água e sabão, pois em casos de picada por serpentes, podem ocorrer infecções secundárias devido as bactérias que estão nos dentes delas e se possível levar o animal para identificação”, finaliza Shirley