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Economia

Por falta de verba, a Caixa Econômica Federal havia decidido que só poderia ser financiado no máximo 50% do imóvel usado – dentro do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) –, no primeiro semestre do ano passado. Com a volta de recursos para a habitação, a instituição aumentou para 70% aos trabalhadores do setor privado e para 80% aos do setor público. 

Paralelo a isso, a Caixa também anunciou o aumento dos juros do financiamento de imóveis novos e usados para quem não é cliente do banco. Aos imóveis de até R$ 750 mil, a taxa de juros subiu de 9,9% para 11,22% ao ano. Em relação aos que custam acima desse valor, foi de 11,5% para 12,5% ao ano. O motivo apontado para essa medida é a quantidade de depósitos na poupança, que é a principal fonte de dinheiro do crédito imobiliário.

Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, a notícia deve ser bem analisada. “Ao mesmo tempo em que a porcentagem do financiamento foi esticada, os juros também subiram, o que significa uma dívida ainda maior. Portanto, antes de qualquer coisa, a pessoa que pensa em comprar sua casa própria precisa ter total ciência da sua vida financeira. É ótimo poder financiar a maior parte, mas é de extrema importância que não se deixe levar pela ansiedade e impulsividade. É preciso analisar minuciosamente as finanças, fazer simulações, etc.”. 

Pode parecer óbvio, mas muita gente não tem o controle dos seus ganhos e gastos e não se programa para ver se realmente consegue honrar com um compromisso de alto valor e longo prazo como esse. Somente com esses números em mãos é que é possível avaliar se dá ou não para realizar a aquisição.

Domingos ressalta que outro ponto que deve ser levado em consideração é a atual instabilidade política e econômica do País. “Estamos passando por um momento complicado; é preciso ter confiança extra nas finanças pessoais, estar bem estruturado, ter dinheiro poupado e segurança de que não perderá a renda – ou que, caso venha a perder, tenha reserva financeira para suportar esse contratempo e não comprometer seriamente o orçamento e os planos”.

Para quem já compreendeu essa situação e minimamente se programou para a realização desse sonho, pode ir mais a fundo no planejamento para adquirir um imóvel nesse momento. “A chave do negócio é ter cautela e buscar o máximo de informação possível, não apenas saber sobre a própria situação financeira – respeitando ao máximo o padrão de vida –, como também se atentar bem às taxas de juros praticadas no financiamento do SFH, por exemplo. Ter cautela e conhecimento geral é o que vai levar a tomar a melhor decisão”, explica o educador financeiro.

Para aqueles que não possuem dinheiro agora ou nem sequer estavam com planos de comprar um imóvel, não é interessante fazer uma dívida desse valor nesse momento. “Não estamos falando de uma peça de roupa em promoção. O momento exige educação financeira, para agir com consciência e sustentabilidade. A melhor alternativa sempre é poupar antes e gastar depois”, finaliza.