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Campo

Foto: Divulgação

Um grupo de extensionistas do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), estiveram na Comunidade Quilombola Barra da Aroeira, localizada no município de Santa Tereza, a 41 km de Palmas, para avaliarem qualitativamente os impactos socioeconômicos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Compra Direta Local). Os dados foram colhidos por meio do Sistema de Avaliação de Impactos Ambientais de Inovações Tecnológicas Agropecuárias (Ambitec Agro), desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sendo a pesquisa aplicada junto a produtora de farinha, Patrícia Maria Rodrigues, que há sete anos comercializa sua produção para o PAA.

De acordo com a gerente de Agropecuária, Ana Clara Bohnem, a aplicação do Ambitec Agro é a continuação de uma oficina promovida pela Embrapa, no intuito de avaliar os impactos das tecnologias desenvolvidas pela empresa e que agora está sendo estudada pelos extensionistas como meio de avaliação dos programas e projetos do Ruraltins. “A partir do momento que usamos essa ferramenta junto aos produtores, nosso foco de trabalho, podemos avaliar também o sistema em si, apontando quais são os pontos relevantes e os que precisam ser adaptados a nossa realidade”, disse a gerente, acrescentando que o sistema reúne 148 indicadores em 27 critérios que descrevem o desempenho socioambiental dos estabelecimentos.

Para o diretor de Empreendedorismo Rural, Adenieux Rosa Santana, a ferramenta Ambitec possui vários indicadores, importantes e excelentes para avaliar o PAA. “É fundamental avaliarmos os impactos do PAA em nosso Estado, pois conforme os resultados podemos destacar o que foi positivo e assim potencializar as ações, e nos pontos negativos vamos tentar melhorar, corrigir ou entrar com outra política pública, no sentido de suprir onde, por ventura, for ” frisou o diretor.

Conforme o diretor, durante o questionário, constatou-se que o PAA está estimulando a produção, porém está desencadeando uma ação ambiental negativa, pois os resíduos da fabricação de farinha, como a manipueira, líquido extraído da mandioca quando ela é prensada no processo de fabricação, está sendo lançado no solo e a madeira, utilizada como lenha. “Durante a entrevista com a produtora ficou claro que a manipueira está prejudicando o meio ambiente. Neste caso entendemos que é preciso a intervenção da assistência técnica e da extensão rural no processo. Vamos então orientar a produtora para transformar a manipueira em defensivo natural e ainda construir um biodigestor para a produção de gás, que será usado em substituição a lenha”, acrescentou o diretor.

Para a produtora de farinha, Patrícia Maria Rodrigues, o Programa de Aquisição de Alimentos alavancou seu crescimento tanto na parte econômica, como na social. “Tudo o que tenho de equipamentos hoje na minha propriedade, inclusive um trator e um veículo para transportar a mercadoria para a feira e supermercado, foram comprados com a renda obtida do Compra Direta”, concluiu a produtora.

Os dados colhidos vão compor um relatório descritivo, que segundo Adenieux Rosa Santana, será mais uma ferramenta de avaliação do PAA no Tocantins.