Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Saúde

Foto: Juliana Matos

Com o tema “Fortalecendo a Resposta das OSC, Redes e ONGs do Tocantins”, militantes de grupos sociais do Tocantins participam nesta terça e quarta-feira, 14 e 15 de junho, do Seminário de Fortalecimento do Controle Social em HIV/Aids do Tocantins, no auditório do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, em Palmas. A proposta do seminário é oferecer um espaço aberto de compartilhamento de vivências e discussão de caminhos legais para fomento dos direitos sociais de grupos em situação de vulnerabilidade e da comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT). O seminário é organizado pelo Fórum ONG Aids Tocantins, com apoio da Secretaria do Estado da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas.

A programação inclui debates, direcionados por militantes de carreira, acerca do fortalecimento de militâncias e dos desafios do controle social e importância do respeito às leis vigentes que reconhecem os direitos civis de grupos-chaves. O coordenador do Fórum ONG Aids Tocantins, Henrique Ávila, explicou que a programação do fórum trata de temáticas ligadas ao HIV e Aids, tanto das pessoas que vivem com o HIV, quanto pela prevenção de infecções pelo vírus. "A ideia deste seminário é dar o ponta-pé inicial de ações voltadas para o fortalecimento deste controle social, para subsidiar  e dar uma formação política, uma base de trabalho sobre o que é lutar por uma pauta x. É para fortalecer o movimento LGBT, movimento de mulheres e todos os grupos relacionados ao HIV/Aids", completou.

De Roraima, a coordenadora regional da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Rebecka Marinho enfatizou:  “Não queremos uma lei a mais ou uma lei a menos, só queremos que as leis que já existem sejam cumpridas”, disse, lembrando o direito de travestis e transexuais em ter seus nomes sociais reconhecidos. Vinda do Amazonas, a representante regional do Movimento Nacional de Cidadãs Positivas da Região Norte do Brasil, Juliana Correia, falou sobre o preconceito vivenciado pelas mulheres que vivem com diagnóstico positivo do vírus HIV. “Falar de protagonismo é falar da importância do apoio ao movimento, porque não é fácil ser uma mulher positiva e falar de positivismo é não ser aceita. O preconceito é grande principalmente para mulher que carrega sozinha a responsabilidade de se prevenir. Por isso a mulher sofre preconceito duas vezes, por ser mulher e por viver com o HIV”, completou.

A assessora técnica do Departamento das DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ana Mônica de Mello, considerou produtivo o espaço. "A sociedade civil organizada tem um papel diferenciado, não é só olhar enquanto usuário, mas enquanto um movimento que tem condições de debater, ser parceiro do governo, de fazer ações conjuntas de promover a discussão e a inclusão de outras pessoas. O usuário, óbvio, que no dia a dia reivindica a ampliação do acesso a serviços e equipamentos de saúde, mas a sociedade civil organizada tem um papel diferente, tem sua importância na gestão local, que a gente entende que é o braço do estado onde o estado não consegue chegar", pontuou.

"A parceria entre o Estado e as organizações não governamentais (ONGs) e as organizações da sociedade civil (OSC) é importante porque elas alcançam toda uma população que às vezes o sistema não consegue alcançar, especialmente, aquelas que a gente chama de população-chave. Com o apoio deles, queremos alcançar o objetivo final que é erradicar a Aids até 2030, começando pela meta 90-90-90 até 2020", enfatizou Caroline Biserra, gerente estadual das DST/Aids e Hepatites Virais.  A gerente explicou ainda que a meta 90-90-90 significa a obtenção de 90% dos indivíduos com HIV conhecendo seu diagnóstico, 90% deles tratando com antiretrovirais e 90% destes que estão tratando com a carga viral suprimida, que é aquela indetectável. Ainda de acordo com Caroline, tratam-se de metas propostas pela Organização Mundial de Saúde e abraçadas pelo Brasil através dos esforços regionais. 

HIV 

No Tocantins, atualmente, o total de pacientes em tratamento contra o HIV é de 2.238 pessoas. Com relação aos registros de casos novos, dados parciais de 2016 aponta que, de janeiro a abril, foram notificados 79 novos diagnósticos de HIV no Tocantins em indivíduos a partir dos 13 anos. Em todo o ano de 2015, foram notificados 356 casos de HIV. No ano anterior, o número de notificações foi de 376 casos.

HIV é a sigla para o nome de um vírus em inglês, cuja tradução significa "Vírus da Imunodeficiência Humana". Este vírus provoca a Aids, uma doença que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. 

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids. Há muitos que vivem anos com o vírus sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. As recomendações para prevenção da doença existem porque mesmo estas pessoas podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante solicitar o exame em qualquer unidade básica de saúde e se proteger em todas as situações.