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Polí­tica

Foto: Alex Ferreira

Foto: Alex Ferreira

A deputada federal Josi Nunes (PMDB/TO) usou a tribuna durante a sessão solene em homenagem ao dia da Consciência Negra realizada nesta terça-feira, 29, no Plenário da Câmara dos deputados, para reforçar a importância das políticas alternativas no combate da desigualdade racial.

Ao citar as estatísticas, a parlamentar questionou a situação dos negros com relação ao mercado de trabalho e a distribuição de renda. “A própria realidade já nos diz muitos pois, onde estão a maioria dos negros no mercado de trabalho? Qual a posição da população negra quando o falamos em distribuição de renda?”, questionou.

Conforme  colocado pela tocantinense, o IBGE  revelou no censo de 2014,  que os negros e pardos são a maioria da população brasileira, ou seja,  53,6% da população. Entretanto, na parcela do 1% da população mais rica do país, cuja renda média é de R$ 11,6 mil por habitante, os negros são apenas 17%, uma vez que deste 1%,  79% são brancos.

 Ainda segundo o IBGE, já no grupo que compõe os 10% mais pobres do Brasil, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, os negros continuam sendo a maioria e representam 76%. “Esta diferença gritante não se resumem apenas aos  números. Lamentavelmente, as oportunidades e os privilégios  tem cor neste país.   E o reflexo destas estatísticas só nos provam que precisamos debater sobre igualdade racial sobretudo sobre a política de cotas”, ponderou Josi.

Cotas na Iniciativa Privada

Josi comentou também, sobre  a reportagem  publicada recentemente pelo Jornal Folha de São Paulo, que revela  que embora nestes 15 anos de políticas públicas com cotas, a presença de estudantes que se declararam negros ou pardos nas universidades tenha dobrado, o alto escalão do mundo corporativo permanece majoritariamente branco. “A reportagem trata especificamente sobre um conjunto de ações realizadas entre empresas e instituições ligadas à educação para tentar encurtar essa distância entre a sala de aula e as seleções de emprego. Entre as ações, foi formalizado um pacto entre algumas empresas para que estas  se comprometam a promover igualdade de oportunidades na ocupação de vagas”, comentou.

De acordo com a peemedebista, a intenção desta iniciativa é abrir a plataforma a todos os outros universitários negros e acompanhar a trajetória profissional deles. “E o MEC  pretende apoiar a plataforma com vistas à inserção no mundo do trabalho de cotistas negros e indígenas formados ou não”, acrescentou.

Para Josi, é de extrema importância que a iniciativa privada tenha um novo olhar sobre esta questão. “Não basta apenas formar pessoas, é preciso que elas encontrem empregos ou recebam financiamento, inclusive público para ter o próprio negócio. Mesmo com a adoção de políticas afirmativas como as cotas, ainda persiste a discrepante desigualdade entre negros e brancos  no mercado de trabalho A desigualdade é imensa e se traduz de várias formas no país”, completou.