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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Durante a sessão especial proposta pelo deputado Paulo Mourão (PT), em comemoração ao “Dia Mundial de Conscientização do Autismo”, ocorrida no final da tarde desta quarta-feira, dia 5, na Assembleia Legislativa, o parlamentar destacou a importância de se debater mais as questões sociais e que as pessoas precisam ter mais conhecimento sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“É necessário falar mais sobre o assunto, a informação é a melhor forma de conhecer e entender o autismo, para conscientizar a sociedade e prepará-la para saber lidar com esse mundo vivido por essas pessoas especiais, respeitando assim suas limitações e principalmente quebrando o preconceito”, observou.

“Precisamos nos sensibilizar, apoiar a causa e, sobretudo conscientizar e promover políticas públicas bem definidas, tanto na área da saúde para o tratamento e diagnóstico precoce do autismo, quanto na área da educação promovendo políticas públicas de inclusão nas escolas, visando a efetiva e integração do aluno à vida social”, destacou.  

Canabidiol no tratamento do autismo

O parlamentar também citou a importância do uso canabidiol derivado da maconha, no tratamento do autismo. Estudos apontam que o uso medicinal da Cannabis, o canabidiol na forma de óleo, compostos isolados, ou de material in natura representa uma nova revolução na medicina para o tratamento do autismo. Em doses controladas o canabidiol auxilia na melhora da hiperatividade neuronal, controlando as convulsões.

O deputado lembrou-se da luta do então senador e hoje governador do Piauí Wellington Dias (PT), no Senado, pela aprovação do uso medicinal do canabidiol, no tratamento de doenças. “Wellingtons Dias quando era senador teve que ficar seis anos debatendo no Senado a importância do uso do canabidiol para o tratamento do autismo, para que fosse aprovado o projeto no Congresso Nacional. Uma ação importante como essa não deveria ter toda essa dificuldade, mas sim facilidade e empenho de todos na aprovação. Os Estados Unidos já vêm dando exemplo, no uso o canabidiol, para tratamentos de autismo”, destacou.

Ainda em seu discurso Paulo Mourão aproveitou para parabenizar a atitude do presidente da Assembleia Legislativa deputado Mauro Carlesse (PHS), em propor por meio de projeto de lei a inclusão do canabidiol na rede Pública de Saúde do Tocantins. “A aprovação deste projeto representa uma grande conquista no tratamento do autismo, por isso nós temos que dar prioridade pela votação. Inclusive vou fazer dois requerimentos pedindo prioridade para os dois projetos, para nós colocarmos logo em pauta, o do canabidiol e o de utilidade pública da Anjo Azul, porque é assim que nós vamos começar a fazer o compartilhamento e a responsabilização do Estado em políticas públicas de amparo e condições de melhoria da qualidade de vida das crianças e as famílias do autistas”, reforçou.

 “Temos que abrir um debate de políticas públicas neste estado, aonde o autista tenha prioridades em todas as nossas ações, quero ser parceiro, tenho certeza que este plenário somará a este trabalho. Que no próximo dia 2 de abril, nós possamos estar aqui comemorando a Anjo Azul como utilidade pública e o projeto do canabidiol aprovado, e estarmos lutando pela destinação de emendas para a construção da sede. Fica aqui o nosso compromisso de estarmos juntos trabalhando para fortalecer a entidade”, finalizou.

O deputado estadual Zé Roberto (PT) destacou a importância da sessão para discutir o assunto que ainda é desconhecido por muitas pessoas e se propôs a realizar uma audiência pública com a participação de representantes da saúde, educação e assistência social para debater políticas públicas.

A presidente da Associação Anjo Azul, Rosa Helena Ambrósio de Carvalho, parabenizou a atitude do deputado Paulo Mourão em propor que associação se torne de utilidade pública e pediu apoio dos parlamentares na aprovação de ambos os projetos, além da construção da sede da associação. “Quero agradecer ao deputado Paulo Mourão pelo empenho e pedir esforços dos parlamentares na aprovação destes projetos que são importantes. A nossa luta pelos direitos e conquistas é grande, precisamos de apoiadores. Nossa entidade já possui o lote e, no entanto, ainda não temos a sede para atender com qualidade as famílias dos autistas, dando orientações para encaminhá-los aos profissionais especializados”, ressaltou.

Conforme Rosa Helena, o sonho da entidade é construir sede própria. “Estamos atendendo cerca de 300 famílias e esse número vai só crescendo com o passar do tempo, então precisamos construir o centro de referência”, afirma. Segundo ela, com a sede será possível atender os autistas e capacitar os profissionais de saúde e educação, trabalhar com os estagiários das universidades para já saírem da faculdade conhecendo o autismo. “A nossa grande dificuldade hoje é a falta de conhecimento. Nosso centro de referência será o ponto de apoio com equipes especializadas para debatermos e trocarmos experiências. Com a sede construída, a Anjo Azul conseguirá dar mais voz as famílias”, concluiu.