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Polí­tica

Foto: Antônio Gonçalves

Um pedido de socorro para não deixar morrer os rios Formoso e Javaés foi feito pelo deputado estadual Paulo Mourão (PT) e representantes da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST). Durante audiência ocorrida na manhã desta quarta-feira, dia 30, com o reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Luiz Eduardo Bovolato, o parlamentar pediu apoio técnico-científico à universidade, no sentido de buscar soluções aos problemas de crise hídrica, enfrentados pelos rios, que são responsáveis por abastecer a produção agrícola da região do Vale do Araguaia.

Paulo Mourão entende ser preciso envolver a academia nas discussões por meio do conhecimento técnico-científico para apontar soluções aos problemas da seca naquela região. Ele propôs que seja feito um estudo avançado nas bacias dos rios, a fim de desenvolver um projeto que possa identificar a real gravidade do problema hídrico local. “Precisamos envolver a universidade, o poder público e o setor produtivo nas discussões para pensar um estudo amplo das bacias hidrográficas do cerrado. Os rios, Formoso e Javaés estão sofrendo muito com a seca, então é preciso saber a extensão da gravidade desse problema”, defendeu.

O parlamentar acredita que não é somente a agricultura responsável pela deficiência hídrica. “Temos que identificar quais os fatores que ocasionaram a degradação, erosão com assoreamento do leito dos cursos d'água, precisamos identificar o problema maior que ocasionou essa seca”, apontou. Paulo Mourão considera de fundamental importância à contribuição da universidade, em sintonia com o setor produtivo, para encontrar o caminho que leve às ações que devem ser feitas a fim de recuperar os rios Formoso e Javaés.

“O primeiro passo é promover um estudo técnico-científico apurado, para identificar e conceituar o problema, e depois elaborar um documento para juntos buscarmos no governo, orçamento público para atender a demanda da região”, observou. “Se não promovermos uma grande ação em conjunto para darmos resposta a essas dificuldades, futuramente nós teremos sérios problemas de seca que vão atingir todo o contexto social e econômico do nosso Estado”, alertou Mourão. “É preciso promover um processo sustentável produtivo de preservação, no sentido de dar continuidade e não ocorrer interrupção, é esse conceito que nos temos que trazer para os ambos os lados, do processo ambiental e do processo produtivo contemporanizando a sustentabilidade, é essa discussão que precisamos fazer de forma madura e com responsabilidade”, finalizou.

O reitor Bovolato disse que a UFT tem total interesse em participar da ação e que a universidade pode contribuir com o conhecimento técnico-científico. “A universidade precisa trazer essa discussão para que todos os entes e atores que participam desse processo possam discutir e construir uma solução coletiva, não só pontualmente, mas em um estudo de uma escala mais abrangente, para que possamos compreender o fenômeno e as causas dos problemas da crise hídrica que ocorre também em outras partes do país”, destacou.

Bovolato ainda propõe a construção de um grande projeto, fazendo um levantamento de tudo que já existe de produção científica ligada à temática na região. “Vamos trabalhar na ampliação de um projeto que permita a participação de profissionais de várias áreas para construir um ambiente favorável à participação que é a nossa missão de contribuir com a questão social, econômica, política e da produção. A universidade vai trabalhar também, para promover um seminário, convidado todos os atores e entes envolvidos, para discutir junto com a sociedade civil organizada, Ministério Público, associação de produtores de forma que a gente consiga uma sinergia favorável a discussão de todos envolvidos”, enfatizou.

O advogado Carlos Wagno Milhomem, representante da APROEST, disse que a UFT está na região desenvolvendo um trabalho de implantação de um sistema de monitoramento do uso das águas, um projeto integrado onde tem um comitê de bacias, com a participação da associação e órgãos do governo. Segundo ele, a APROEST busca hoje um apoio técnico maior no sentido de dar soluções aos problemas da crise hídrica. “Estamos junto, com o apoio do deputado Paulo Mourão, em defesa de um projeto mais estruturante, que possa levantar as informações sobre todas as questões hídricas da nossa região, no sentido de que possa através da ciência e pesquisa ver quais são os fatores que realmente estão fazendo com que a oferta hídrica esteja hoje em menor quantidade”, reforçou.