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Jovem troca praias catarinenses por Palmas (TO) para empreender

Custo inicial reduzido e baixa concorrência motivaram Diego Passoni a empreender no Norte do país - Divulgação
Custo inicial reduzido e baixa concorrência motivaram Diego Passoni a empreender no Norte do país Imagem: Divulgação

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

26/02/2013 06h00

Com muita vontade de empreender, mas nem tanto capital para investir, o jovem empresário Diego Passoni, 28, decidiu deixar as praias de Florianópolis (SC) para abrir o restaurante Búfalo Grill em um shopping de Palmas (TO). Segundo ele, o custo reduzido com obras e o valor do ponto garantiram uma economia de 50% no custo inicial do negócio.

A economia, no entanto, não foi a única motivação para a mudança. Antes de deixar a capital catarinense, há seis anos, o empreendedor estudou a fundo as regiões que ofereciam as melhores condições para a abertura do negócio.

“Ao analisar o mercado, vi que em Palmas a concorrência era menor e havia uma carência de restaurantes por quilo. Quem chega com produtos ou serviços de qualidade consegue mercado rapidamente”, afirma.

Outro quesito analisado foi a distância em relação aos grandes centros comerciais do país. Comparada às demais capitais da região Norte, Palmas é a que fica mais próxima de Brasília (DF). São 973 km entre as duas cidades, o que facilita a logística, segundo Passoni.

Ainda assim, os custos com o frete dos insumos são elevados. De acordo com o empresário, equipamentos de cozinha chegam a ser 30% mais caros em relação ao preço cobrado em Florianópolis.

Passoni é um exemplo de que o potencial para abertura de negócios na região está em crescimento. Dados da GEM 2012 (Global Monitor Entrepreuneurship) mostram que o Norte tem a maior taxa de empreendedorismo do país. Atualmente, 34,2% da população adulta da região está envolvida na criação ou na administração de um negócio. No Brasil, o índice médio é de 30,2%.

Mão de obra qualificada é escassa

No entanto, a mudança para o Norte do país trouxe um problema: a falta de mão de obra qualificada. Passoni diz que há uma disputa por colaboradores capacitados e o mercado poderia absorver mais gente se houvesse mais qualificação.

A maneira de resolver a carência, segundo o empreendedor, é pegar profissionais “crus” treiná-los no próprio restaurante. “Se eles já chegassem preparados, eu teria custos menores. Como o setor tem alta rotatividade [de funcionários], estou sempre investindo na formação de pessoas”, diz.

Empresária vende biojoias para turistas na Amazônia

  • Divulgação

    Rita Prossi faz biojoias misturando materiais típicos da Amazônia com metais e pedras preciosas

A região Norte tem forte vocação para o turismo e foi nesse segmento que a designer amazonense Rita Prossi, 46, percebeu uma oportunidade para lucrar. A empreendedora faz biojoias misturando materiais típicos da Amazônia –como pele de peixes e fibras naturais– com metais e pedras preciosas.

Na alta temporada de turistas em Manaus (AM), que vai de dezembro a junho, as vendas da empresária crescem, aproximadamente, 60%. “Meu negócio é muito dependente do turismo. Faço peças baseadas em histórias e lendas da Floresta Amazônica que os turistas adoram levar para presentear amigos e familiares”, declara.

Manaus também é uma das sedes da Copa Do Mundo de 2014. Por conta do evento, Prossi afirma que negócios ligados ao turismo no Norte têm grande potencial de crescimento. “O Brasil todo estará voltado para o turismo e a Amazônia vai atrair muitos visitantes.”