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Polí­tica

Deputado Federal Célio Moura

Deputado Federal Célio Moura Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Deputado Federal Célio Moura Deputado Federal Célio Moura

O deputado federal Célio Moura (PT) reagiu com indignação à atitude do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) de convocar militantes através da rede social Whatsapp para um ato político em sua própria defesa e contra o Congresso Nacional no próximo dia 15 de março. Para Célio Moura, a atitude de Bolsonaro representa uma forte sinalização do presidente de tentativa de fechamento do Congresso Nacional e ameaça à democracia. “Infelizmente não é nenhuma surpresa para a gente. O Bolsonaro ficou 28 anos no Congresso Nacional dizendo que odiava política e que quando chegasse à Presidência da República fecharia o Congresso”, disse o parlamentar.

O vídeo atribuído a Bolsonaro tem 1 minuto e 40 segundos, e mostra frases de efeito em meio a imagens do presidente principalmente após a facada que recebeu em Juiz de Fora/MG ainda durante a campanha política de 2018. Um dos trechos diz “ele quase morreu por nós”. Em outra parte o vídeo sugere que quem não apoia o presidente é inimigo do Brasil.

A manifestação é praticamente uma reação à fala do ministro do gabinete de segurança institucional, general Augusto Heleno, que na semana passada, em áudio vazado, chamou deputados de chantagistas e sugeriu que a população teria que ir às ruas contra o Congresso. Aos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, o ex-deputado federal Alberto Fraga confirmou ter recebido o vídeo do próprio presidente Jair Bolsonaro.

Ao Conexão Tocantins, Célio Moura demonstrou preocupação e atribuiu a atitude do presidente a um ato de desespero. “O governo dele não anda, está patinando. Temos 12 milhões de desempregados, o dólar está a quase R$ 4,40, o presidente ataca minorias, e agora ele [Bolsonaro] anda nesta onda de dizer que vai fechar o Congresso e o STF. Isso é atentar contra a liberdade do povo brasileiro. O Congresso é a caixa de ressonância da sociedade”, avaliou o deputado.

Reação

Célio Moura também avalia que é urgente uma reação, não apenas da oposição mas de todos os políticos que prezem pela democracia, e também entidades de classe e sociedade civil organizada contra a atitude de Bolsonaro. “Isso é um absurdo, um presidente querer dar um golpe anunciando por rede social. A OAB já se manifestou, estamos esperando manifestação também da CNBB, da Associação Brasileira de Jornalistas, da Fenaj. Já temos uma greve geral marcada pra o dia 18 de março. Esperamos que seja uma data importante de luta contra essa ameaça à democracia”, declarou o parlamentar.

STF

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), também demonstrou preocupação com as incitações de Bolsonaro contra o Supremo. Em nota o ministro disse que Bolsonaro “desconhece o valor da ordem constitucional” e que “ignora o sentido fundamental da separação de poderes”.

O decano falou ainda em um possível crime de responsabilidade. Fato que poderia resultar até mesmo em impeachment. Veja a nota do ministro na íntegra. “Essa gravíssima conclamação, se realmente confirmada, revela a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato, de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República, traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!! O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República!”