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Opinião

A falta de políticos tocantinenses de expressão nacional no congresso brasileiro, à míngua de idéias criativas que contribuam para um debate naturalmente envolvente, tem dado lugar ao oportunismo muitas vezes grosseiro, de quem, à primeira vista, se deslumbra com o poder e quer porque quer, se projetar a qualquer custo. São as façanhas do ego, aquele bichinho que cresce, cresce, antes de sua crueldade, engolir o dono.

O problema é que na maioria dos casos, o eleitor, no plural, já que foram milhares os votos que conduziram os senadores as suas luxuosas cadeiras do parlamento, costumam cobrar a fatura do comportamento. Neste caso, do mau comportamento.

Certa feita, um senador pelo Tocantins, presidindo uma seção do Congresso, durante importante votação, perdeu a compostura ao comemorar o resultado, de uma forma tão espalhafatosa, que em vez de orgulhar aos tocantinenses, envergonhou a muitos. Resultado: perdeu o mandato.

Por último, a senadora pelo Tocantins, que venceu o senador de atitude espalhafatosa, também deu uma demonstração de total despreparo emocional, ao debochar grosseiramente, do Presidente da República, durante o processo de relatoria e votação vitoriosa, contra o famoso imposto sobre os cheques, melhor conhecido como CPMF, durante o ano passado.

Deboche, não combina com a autoridade nem com a postura de uma senadora, a não ser que esteja buscando um processo de autodestruição no mandato. Uma senadora é uma das mais altas autoridades da República Federativa do Brasil.

Na história do Congresso, a exemplos que podem e devem servir de referência. É só mirar na sabedoria franciscana, do senador Pedro Simon (PMDB) ou na autoridade discreta de um Marco Maciel (DEM), antes de lembrar a grandeza do deputado Ulisses Guimarães (PMDB), o grande timoneiro, respeitado até pelos opositores (PDS, ARENA, hoje DEM), nos momentos mais cruéis do regime militar.

Esse comportamento político doentio, próprio da precipitação dos inexperientes, me faz lembrar, que até o senador Fernando Collor de Mello, tem tido postura digna de um senador da república, mesmo tendo sido considerado garotão extravagante, na época em que presidiu a república brasileira.

Infelizmente não são muitos os exemplos, mas aqueles que permanecem em boa memória, resistiram às tentações do ego e aos apelos das vaidades, quem sabe lembrando que sua excelência, o eleitor, está credenciado a cobrar a fatura do deslumbramento pelo cargo, oito anos depois.

 

Robin B. Militão

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