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Polí­tica

A ala dita “autêntica” do PMDB entra em campo para tentar minar a força emergente do grupo liderado pelo governador Carlos Gaguim, com o objetivo assumir o comando do diretório estadual do partido, cuja eleição está prevista para o dia 6 de dezembro. Articulado pelo ex-governador e deputado federal Moisés Avelino, pelo ex-vice-prefeito de Palmas Derval de Paiva e outras lideranças, o movimento dos considerados “históricos” montou estratégia para que o ex-governador Marcelo Miranda assuma a presidência do partido.

O atual presidente da sigla, deputado Osvaldo Reis, já manifestou interesse em se manter no cargo e conta com o apoio do governador. O parlamentar já vem articulando a sua reeleição há certo tempo e vem defendendo uma chapa de consenso, que abrigue a velha guarda e as novas lideranças, o que parece impossível, dado o grau de animosidade que criado entre os dois grupos desde a convenção para escolher o nome do partido para enfrentar a eleição indireta para o mandato-tampão.

O que se especula, nos bastidores, é que a reeleição do deputado Osvaldo Reis pode oferecer sérios riscos à candidatura do ex-governador Marcelo Miranda ao Senado. Isso porque as duas vagas seriam oferecidas ao secretário estadual de Educação, Leomar Quintanilha, e ao senador João Ribeiro (PR). Com isso, Miranda estaria descartado do processo.

Para tentar garantir que uma das duas vagas ao Senado ao ex-governador, o grupo “hostil” ao Palácio Araguaia está mesmo disposto a bater chapa com Osvaldo Reis, que acredita ainda em um entendimento com o bloco “dissidente”.

O deputado estadual Iderval Silva, por exemplo, ligado a Reis, é cauteloso e pondera que não é nada salutar para o PMDB ter duas chapas concorrendo ao diretório regional. Ele defende o entendimento entre os dois grupos e acredita que há ainda tempo para isso. Iderval reconhece que as disputas internas sempre foram uma característica do PMDB, mas admite que o enfrentamento poderia desgastar a sigla.

“Nós precisamos buscar essa unidade para que o partido possa se fortalecer para ampliar o arco de alianças com outros partidos, com vistas à sucessão de 2010”, argumenta o parlamente representante da região do Bico do Papagaio.

O receio, entretanto, dos “autênticos”, é de que o grupo do governador se fortaleça ainda mais e sele de vez um acordo com o PT do prefeito Raul Filho e com o PR do senador João Ribeiro. Uma composição do PMDB com o PT e o PR, no entendimento dos “históricos” e com Osvaldo Reis no comando do partido novamente, o ex-governador Marcelo Miranda teria seu projeto político malogrado para 2010.

Alguns analistas políticos apostam em outro viés político sobre a sucessão de 2010. Acham que o senador João Ribeiro não arriscaria uma disputa pelo governo do Estado, porque pesa sobre ele as antigas denúncias e os processos sobre exploração de mão-de-obra escrava em suas propriedades rurais. O que se comenta à boca miúda é que os seus adversários - entenda-se utistas ligados ao ex-governador Siqueira Campos - estão preparando um dossiê sobre a sua vida pública, caso ela insista em postular o Palácio Araguaia. Osvaldo Reis, inclusive, já articula a reeleição de Carlos Gaguim.

(Gilson Cavalcante).