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Saúde

A convite do Sindicato dos Médicos do Tocantins (SIMED-TO), o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Cid Carvalhaes, esteve em Palmas na noite desta terça-feira, 20, para discutir com os associados as condições de trabalho que estão precarizadas após a terceirização da saúde para a organização social Pró-Saúde. Acompanhado da presidente do SIMED, Janice Painkow e integrantes da diretoria do sindicato, Carvalhaes também visitou o Hospital Geral de Palmas e se espantou com as condições do pronto-socorro da unidade.

Na diretoria HGP, Fenam e Simed apresentaram aos diretores da Pró-Saúde, durante reunião, um quadro de precarização das condições de trabalho médico que tem causado descontentamento geral entre a classe médica. “Uma das práticas disseminadas de forma enfática, precarizar o trabalho de médico, assédio de natureza moral, ameaças veladas, redução da jornada de trabalho previamente estabelecida, corte de benefícios, cortes de acessos a condição de trabalho, como por exemplo, do não pagamento de plantões extras”, destacou o presidente da Fenam.

Também foi apresentada a disparidade salarial entre profissionais concursados e contratados e até casos de exercício ilegal da medicina por meio de médicos que a Pró-saúde traz de outros estados sem possuir registro provisório emitido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).

Visita

Após uma reunião com a direção da Pró-Saúde, o presidente e a diretoria do Simed e do CRM visitaram as dependências do HGP. As condições do pronto-socorro chocaram Carvalhaes, médico com mais de 15 anos de carreira que comparou a superlotação com um Instituto Médico-Legal. “A sala vermelha eu chamo de antessala do IML, com defunto respirando artificialmente respirando e em velório prolongado, sem data marcada para terminar. É uma sala de horrores, sem dúvida nenhuma, uma tragédia, uma catástrofe e denota clara e textualmente as agressões aos mais elementares princípios da cidadania e dos diretos humanos”.

Em reunião com médicos do Tocantins, na sede do SIMED após o encontro no HGP, Cid aconselhou os médicos a enfrentarem o quadro de precarização imposto governo do Estado e Pró-Saúde e afirmou que levaria a situação do Tocantins ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Também colocou a estrutura da Fenam à disposição dos médicos para este enfrentamento. “Quem vai decidir o caminho é a assembleia dos médicos, nós esperamos e está sendo disponibilizada toda a sua estrutura jurídica, de comunicação, de informática, as inserções políticas que a Fenam tem em Brasília, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, enfim, todos os lugares que Fenam, tem, mas deseja que os médicos façam um enfrentamento dessa situação e não aceitem a precarização do seu serviço e muito menos ceder espaço daquilo que já foi conquistado”. (Ascom Simed)