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Campo

Foto: Divulgação

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O Acampamento Sebastião Bezerra, localizado ás margens da TO-050 no sentido Palmas/ Porto Nacional está prestes a completar um ano e já abriga mais de mil famílias segundo dados da Via Campesina, do Movimento dos Atingidos por barragens e também MST.

A estrutura dos assentados se expande cada vez mais e está recebendo inclusive moradores de Palmas que não tem onde morar. A expectativa do Incra é que este ano as famílias cadastradas sejam assentadas.

Os assentados ocupam as mediações da Fazenda Dom Augusto de propriedade de Alcides Rebeschine e outras áreas que os movimentos alegam não serem tituladas.

O Incra informou ao Conexão Tocantins nesta terça-feira, 28, que a Fazenda Dom Augusto, que tem 7.500 hectares, será vistoriada neste mês de março. Outras duas áreas em palmas e Porto também receberão a equipe de vistoria do órgão. “Mesmo com a desapropriação da área da Fazenda não há condições de assentar todas as famílias que estão no local por isso vamos vistoriar outras duas áreas”, informou a assessoria do Incra.

No cadastro do Incra constam 600 famílias para serem assentadas mas o número de acampados cresce a cada mês no local. Quem passa pelo local pode ver a dimensão da estrutura do acampamento. Casa assentado, segundo relatam coordenadores do movimento, é responsável por sua manutenção no local. Muitos estão conseguindo apoio através do Projeto de irrigação São João que está dando suporte e oportunidade de trabalho para alguns acampados.

“O Incra assumiu o compromisso de priorizar o Acampamento Sebastião Bezerra e nós estamos esperando”, revelou o representante da Via campesina, Cirineu Rocha.

O acampamento começou em abril do ano passado com a ocupação da Fazenda por mais de 200 famílias. A Fazenda Dom Augusto está na lista suja do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego, outro motivo pelo qual os representantes alegam que a área deve ser desapropriada.

Logo que ocuparam a Fazenda os movimentos travaram um impasse com a promotora de Porto Nacional, Marcia Mirelle Stefanelle, que levantou possíveis danos ambientais causados no local pelos assentados e foi acusada pelos líderes dos movimentos de perseguição.

Vistorias

Em 2011, o Incra vistoriou mais de 57.475 hectares com o objetivo de assegurar a obtenção de imóveis rurais para a criação de projetos de assentamento a fim de atender a demanda de trabalhadores rurais sem terra no estado. A equipe técnica do Instituto vistoriou ainda mais 41.925 hectares em imóveis rurais situados na área delimitada do território quilombola Kalunga do Mimoso, nos municípios de Arraias e Paranã.

Este ano, a autarquia informou que a meta é vistoriar cerca de 60 mil hectares para assegurar o assentamento de famílias acampadas no Tocantins.