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Meio Ambiente

Foto: Frederick Borges

Cerca de dois mil catadores de materiais recicláveis vão participar de um processo de identificação, capacitação e incentivo à geração de renda e novos postos de trabalho. A iniciativa faz parte de um convênio firmado entre o Governo do Estado e o governo federal. Orçado em R$ 5,2 milhões, o projeto “Lixo e Cidadania” visa atender a todas as cidades tocantinenses com ações que serão realizadas a partir de um mapeamento social previsto para se iniciar no próximo mês.

Com o cronograma de realização dividido em três etapas, a ação visa produzir um diagnóstico da situação social dos catadores, além de realizar cursos de capacitação e incentivo ao empreendedorismo, através do surgimento de novos postos de trabalho originados de materiais que muita gente descarta sem a devida preocupação ambiental.

Segundo o técnico da Diretoria de Inclusão Produtiva da Secretaria do Trabalho e da Assistência Social, Marco Antônio Coelho Barros da Silva, o Governo vai iniciar as atividades logo após a liberação do Orçamento do Estado. “Vamos traçar todo o perfil destes trabalhadores e trabalhadoras e, a partir disso, buscar mecanismos de capacitação e geração de renda, por meio da reutilização daqueles materiais”, afirmou.

Consciência e protagonismo ambiental

Segundo o presidente da Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Centro Norte de Palmas (Ascampa), Otacílio Martins Cardoso, atualmente existem cerca de 800 catadores de materiais recicláveis na Capital e outros 1,5 mil em todo o Estado. De acordo com o presidente, a maioria dos municípios tocantinenses ainda não se adequou à Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Esta parceria com o Governo do Estado vai, além de qualificar mais os nossos catadores, discutir junto à sociedade e o Poder Público, melhores condições de trabalho, como também a consciência ambiental da população no descarte de materiais que podem ser reaproveitados”, ressaltou.

Moradora de um dos bairros da região Sul da Capital, a trabalhadora Maria do Carmo Miranda Batista, todos os dias acorda cedo e inicia uma longa jornada  atrás de materiais que muita gente entende como lixo, mas que ela identifica como sustento financeiro. Depois de trabalhar como agricultora familiar, ela afirma que encontrou no reuso de garrafas, papelão, vidro, plástico e outros objetos, uma maneira de transformar estes materiais em artesanato. “O meu trabalho é apaixonante. Além de ajudar na limpeza da cidade, eu também consigo reaproveitar muita coisa que as pessoas jogam fora. Então, eu não me sinto uma catadora, eu sou uma agente ambiental”, retifica. (Secom-TO)