Em seu terceiro mandato como prefeito da histórica cidade de Porto Nacional, o engenheiro Otoniel Andrade, nascido e criado na cidade, tem um dia-a-dia típico de gestor público. Em meio à rotina preenchida com acompanhamento de obras, atendimento ao público e reuniões, o gestor concedeu entrevista especial ao Conexão Tocantins em seu gabinete nesta sexta-feira, 24. Não sem antes se reunir com a comunidade do Bairro Parque da Liberdade e assinar a ordem de serviço para o início das obras do asfalto tão esperado pela comunidade. Após o primeiro compromisso do dia e ter garantido aos moradores que vai cumprir todos os compromissos feitos na campanha de 2012, Otoniel abriu o jogo sobre os principais pontos da sua gestão e avaliou estar satisfeito com a execução das metas que traçou para o município.
Na entrevista, ele detalha as obras em andamento, fala das perspectivas para a industrialização na cidade e se declara a favor da emancipação do distrito de Luzimangues, que tem sido alvo de muitas discussões políticas principalmente na Assembleia Legislativa do Tocantins.
O prefeito comentou também sobre questões políticas, frisou a importância de diálogo com seu grupo para sua candidatura à reeleição no próximo ano e mostrou emocionado um quadro fotográfico que guarda com estima sobre a mesa onde despacha em seu gabinete. Na fotografia do quadro, Otoniel aparece ao lado do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) no primeiro dia da construção da capital Palmas quando o ex-governador, principal ator na luta pela pela criação do Estado, o convidou para ser um dos engenheiros a ajudar no processo de urbanização da mais nova capital do País.
Confira a íntegra da entrevista:
Conexão Tocantins - Prefeito, qual a avaliação que o senhor faz destes dois anos e meio de gestão? O que a população já pode notar de diferente de quando o senhor assumiu neste mandato?
Otoniel Andrade: O projeto de infraestrutura urbana que inclui saneamento, drenagem e a parte de asfaltamento dos bairros do nosso município. Estamos conseguindo executar no município, hoje, para terminar até o final de 2015, o equivalente a 500 mil m² de asfalto. Destes, 230 em convênio com o Governo Federal e Governo do Estado e os outros 270 mil m² com recursos próprios do município. É um fato inédito dentro do nosso município fazer um projeto dessa natureza com recursos próprios. O planejamento que iniciamos desde a nossa volta à Prefeitura é justamente agora que começamos a colher os frutos. Investimentos em praças: recuperamos todas as praças e revitalizamos a Avenida Beira Rio. Estamos também com projeto de grande valia e importância que é a industrialização da nossa cidade que aí vem o crescimento econômico, a geração de emprego. Hoje o município de Porto foi um dos que mais gerou emprego no Brasil (proporcionalmente) isso não foi a Prefeitura de Porto que falou, são dados colocados pela própria conjuntura nacional existente e por veículos de comunicação nacionais. O que podemos dizer é uma administração que vem buscando e colecionando saldos positivos em todos os segmentos organizados da nossa sociedade como na área social, infraestrutura e Educação. Na área da Educação vamos entregar até 2015 mais de 64 novas salas de aula todas elas climatizadas. Estamos construindo colégio com 12 salas de aula no Setor Imperial, com seis aulas de aula no Setor Novo Planalto, seis salas no Alto da Colina, com quatro no Pinheirópolis, duas já entregue na Escola Brasil, seis no Luzimangues e mais seis no Chico Mendes que é zona rural de Porto num assentamento. Em todos esses segmentos buscamos uma parceria para poder melhorar. Essas obras na área educacional é com o FNDE do Governo Federal mas eu sou um prefeito do PSDB. Muita gente diz: está fazendo muito com o dinheiro do PT! tudo bem! não tem problema! estamos trabalhando com compartilhamento, só que eles sabem que sou do PSDB. Porque os outros do mesmo partido da presidente da República não fizeram? Essa pergunta é que a sociedade tem que entender e eles tem que saber responder. A Prefeitura está adimplente e para conseguir recurso tem que estar adimplente. O município nunca deixou de cumprir com suas obrigações.
C.T – E obras? O que a população vai receber de obras e investimentos até o final do seu mandato prefeito?
O.A: Este projeto de asfalto é um projeto que atende quase 500 mil m² de asfalto. É um projeto do FGTS, é um PAC 2 onde devemos isso muito ao senador Vicente Alves de Oliveira (Vicentinho (PR)) que é uma pessoa que muito nos ajudou na busca desse recurso em Brasília e por isso hoje ele está sendo executado. Esse projeto, o final dele é 2015, 2016, vamos atender todos os bairros que já autorizamos, muitos deles já foram feitos o rebaixamento, alguns já foram até asfaltados porque iniciou desde o início deste ano. Todas essas obras são para final de 2015 e 2016.
C.T- E para o distrito de Luzimangues prefeito? O distrito vive uma explosão demográfica e econômica, nesse sentido quais obras estão previstas para contemplar o local?
O.A: Lá em Luzimangues só temos um bairro que não é asfaltado que é o Vilage Morena que vamos executar esse ano ainda. São 100 mil m² que vamos fazer lá dos 500 mil, 100 mil são lá. Estamos construindo o prédio definitivo da Prefeitura uma obra de 600 m², vamos entregar agora no final de agosto. Estamos construindo uma escola com seis salas de aula para atender uma faixa de 350 a 400 crianças. Estamos construindo uma unidade básica de saúde para atender 8 mil habitantes. Já temos uma funcionando que é no distrito mesmo e agora estamos construindo na região Leste de Luzimangues quando você sai de Palmas do lado esquerdo para atender aquela comunidade ali. As pontes de concreto fizemos cinco para interligar a todos os municípios. Luzimangues é um dos que mais tem agregado para atender a Frango Norte de Paraíso. Aquela região é muito rica, muito próspera. Os nossos pequenos produtores de Luzimangues são os que mais abastecem as feiras de Palmas, o município de Porto tem um trator com grade e distribuidor de calcário atendendo todo o pequeno produtor do distrito para gradear a terra para ele. Isso sem cobrar nenhum centavo deles.
C.T – E a questão do saneamento básico em Luzimangues? Esse sempre foi um impasse principalmente com relação aos loteamentos. Quais medidas a prefeitura tomou para garantir o acesso á população ao saneamento?
O.A – Quando assumimos a Prefeitura, tínhamos em Luzimangues um problema sério de água. O próprio Vilage Morena, que foi um setor construído antes da Lei das Cidades, o empresário que construía em Luzimangues ele não tinha obrigação de construir asfalto, água e esgoto, então só abriu o arruamento e vendeu os lotes por isso que era o único que não tínhamos condições de aplicar a lei das cidades porque hoje na lei das cidades todo o empresário que implantar um loteamento é obrigado a entregar todo o setor provido de água, esgoto, rede de energia elétrica e asfalto. Resolvemos o problema com a empresa de saneamento do Estado que é a Saneatins e hoje todos os loteamentos que forem implantados quem administra a rede de água não é mais o loteador, é a empresa de saneamento. Eles já estão se agregando e recebendo água tratada não é água de poço artesiano. E a rede de esgoto de acordo com a necessidade eles tem que fazer. Todo projeto hoje de loteamento de Luzimangues tem que passar pela Energiza (companhia de energia) e pela empresa de saneamento. O município de Porto não recebe mais um loteamento para a prefeitura ir lá e colocar o município como responsável pela parte de saneamento e energia. Eles tem que levar o projeto sobre a tutela da empresa, para saber se está adequado à empresa que vai operacionalizar no futuro. Quem vai administrar a rede de energia? A Energiza! então é ela que tem que fiscalizar se a rede foi construída dentro das normas da ABNT. Quem tem a concessão para operacionalizar o sistema de saneamento do Estado? então quem tem que aprovar o projeto é ela!
CT – Prefeito, qual é o posicionamento do senhor com relação a toda essa polêmica que envolve o futuro do distrito de Luzimnagues. Há quem defenda autonomia da região para tornar-se município, outros como o prefeito de Palmas chegou a defender a incorporação à capital.
O.A: Primeiro: anexação a outro município é inconstitucional, não existe! Não tem como o desejo do prefeito de Palmas se concretizar. Não existe você pegar um pedaço de um município e anexar a outro. Existe um desejo de uma região se anexar a um município, mas se essa região tiver desejo e for aprovado plebiscito, ainda assim esse plebiscito tem que ser não só da área que vai ser anexada, mas também no município como um todo. O desejo do prefeito (de Palmas) pode ter certeza que não vai se concretizar, agora o sonho da nossa sociedade esse sim vai se realizar que é ver aquela região ter um domínio de município e legalizado dentro da lei e é isso que estamos buscando. Num futuro bem próximo que a região seja um município próspero e tenha o domínio da sua própria vida. Porto já deu um pedaço do seu território para criar a nossa capital, também Fátima, Gurupi, Ipueiras, Silvanópolis, então não tem problema nenhum criar mais um outro município. Não sou contra e nunca fui. Sempre fui a favor das emancipações porque trazem mais progresso. No Brasil não tem lei ainda votada para criação de novos municípios está se votando no Congresso (Nacional) uma lei e ainda não tem os critérios. Por duas vezes que a lei foi votada a presidente (Dilma Rousseff) vetou por problemas econômicos do País, quando o Brasil tiver condições de criar novos municípios com certeza vai criar e Porto não vai se opor à criação de um município da grandeza que vai ser aquela região de Luzimangues. Nesse ponto tenho certeza que lá será um belo município com infraestrutura da qual Porto está deixando. É o município de Porto que está deixando tudo isso pronto lá.
C.T – Porto Nacional está numa região estratégica em termos de Turismo e Desenvolvimento Econômico. O que a prefeitura está viabilizando nestes setores?
O.A: A nossa preocupação sempre foi desenvolver Porto Nacional em três eixos de busca para um crescimento organizado: na área Educacional o município é uma das cidades que mais tem estudantes universitários. Temos vários cursos em todos os setores: temos curso de geografia, biologia, medicina, arquitetura, Engenharia civil, está chegando agora engenharia elétrica, mecânica e agronômica. O município movimenta um bom mercado de serviços porque investimos muito nesta área educacional. Porto foi o único município que criou o Instituto de Ensino Superior em 2002. Através do Iespen é que chegou o Itpac que hoje tem mais de 5 mil alunos. O Iespen foi uma criação do município de Porto Nacional que era Instituto de Ensino Superior de Porto Nacional. Na época nós criamos oito cursos que são esses que estão aí fazendo com que o município tivesse um desenvolvimento com alicerce, porque a educação dá o alicerce que a nossa cidade precisa. Na área do turismo, o município sempre teve investimento de grande porte trazendo grandes bandas e a natureza que Deus deixou a Porto é belíssima. Nosso município é banhado pelo lago (UHE Lajeado), temos 60% banhado pelo lago. São poucos que tem uma potencialidade hídrica como tem Porto Nacional e isso possibilita um grande fluxo de turistas para esta região nessa época do ano. Na área da industrialização é que estamos incorporando agora no nome da cidade. Porto sempre foi conhecida desde a época de Goiás como capital intelectual do norte goiano e depois do Tocantins. Estamos agora incorporando a palavra industrialização. Porto agora é a capital cultural e industrial do Estado do Tocantins. Issso nos orgulha porque temos no município o maior pátio da Ferrovia Norte Sul, temos a possibilidade de ser o maior produtor de peixe porque os maiores parques aquícolas estão instaladas aqui. Temos condições, está acabando de ser implantada e será inaugurada em setembro a maior esmagadora de soja da região norte do Brasil. A primeira totalmente automatizada que vai industrializar todos os grãos que são produzidos nessa região. O município de Porto foi o que mais cresceu em termos de produção de grãos no Estado e no Brasil saltamos de 200 mil toneladas para 1,2 milhão na produção de soja. Milho: saímos de menos de 300 mil toneladas para mais de 700 mil toneladas e tudo isso colocou o município num grau de grandeza muito grande em níveis de produção. O único segmento da economia que não caiu e está segurando o País é o agronegócio. Com a esmagadora de soja estamos com a possibilidade de desenvolver todas a cadeias que por ventura possa acontecer através do farelo da soja. Vamos esmagar 3 mil toneladas de soja por dia na produção de óleo, glicerina e biodiesel e vamos ter o farelo para fabricar ração e sendo assim temos condições de desenvolver a cadeia da piscicultura, bovino, suíno porque vamos ter a ração e água sobrando para engordar todos esses produtos para abastecer o Brasil e o mundo.
C.T: Sobre o Parque Aquícola do Lago da UHE Lajeado, sabemos que ele tem potencial para abastecer até o País com peixe, produzindo milhares de toneladas. O que fazer para resolver o entrave e colocar o Parque para funcionar?
O.A: A primeira coisa é o Ministério (da Pesca) terminar a parte de licitação dos grandes parques aquícolas para os grandes produtores. Licitou?! os grandes começam a trabalhar e os pequenos vão atrás. O grande atrai os pequenos a funcionarem. O problema dos pequenos começarem a funcionar primeiramente é que se começar a produzir não vai ter para quem vender. Se você traz uma grande empresa ela vai consumir toda a produção. O que precisa é o Governo Federal desburocratizar essa parte de licitação e fazer o mais rápido possível para que as grandes empresa possam montar projetos dentro desse parque aquícola, ganhar licitação e trabalhar. O pequeno produtor sozinho não funciona ele precisa do grande para funcionar.
C.T: Qual sua expectativa com relação à nova ponte do município ainda sem previsão para ser construída e que tem até questionamento do MPE com relação à licitação?
O.A: É uma questão, é difícil entender porque o MPE (Ministério Público Estadual) trava um projeto tão valioso para a economia do nosso Estado. Todo mundo está entendendo e vendo que o Estado está no volume morto como diz o (ex) presidente Lula. O Tocantins está trabalhando 45 dias para pagar 30 porque está pagando a folha no 15º dia do mês e temos que fazer a economia crescer. Um dos pontos é a parte de logística que tem que ser feita. Você travar as empresas, elas participaram de licitação, apresentaram certidões, passou um ano para fazer a licitação depois a justiça vem e trava dizendo que é isso e aquilo outro! Acho que a justiça tinha que estar presente desde o início da licitação. Quem está perdendo com isso é a população. Estive conversando com o secretário (estadual) Sergio Leão a possibilidade de nós colocarmos uma balsa para poder atender e o município de Porto estar atuando. Outra possibilidade que devemos lançar até setembro é a participação da hidrovia ligando Porto Nacional com o Porto de Luzimangues porque tudo isso é dentro do município. Temos que consultar o patrimônio da União, que é o dono das águas, temos que entrar com um projeto na SPU (Superintendência do Patrimônio da União) e na Marinha do Brasil para liberar a funcionalidade de barcaças e para atender a produção da Granol, que vai produzir duas mil toneladas de farelo de soja por dia e aqui não tem consumo para isso. Quase todo esse farelo será exportado para a Europa vai ser via Ferrovia Norte Sul e Porto de Itaqui (São Luis/MA). Essa criação da hidrovia vai ajudar e muito no escoamento e na economia do nosso município.
C.T: E a relação política e administrativa com o governo estadual como está prefeito?
O.A: Tranquila, eu e o Marcelo Miranda (governador do PMDB) fomos eleitos deputados estaduais juntos até 96 e sempre tivemos uma boa convivência. Quando fui prefeito no meu segundo mandato ele foi governador e apoiei ele na época, tivemos um projeto e trabalhamos junto de 2002 a 2006 quando saí da Prefeitura de Porto. Agora quando retornei ao municipal ele retornou ao estadual e nossa convivência é muito boa e respeitosa.
C.T: De que forma o Estado pode contribuir para que conjuntamente com o município a industrialização seja implementada. Que tipo de ação conjunta pode ser feita para trazer esse benefício para a população?
O.A: Só vamos industrializar o Tocantins com a participação e compartilhamento de todos e parceria de todos os setores. Temos que buscar parceria com a ministra da agricultura (Kátia Abreu), com os senadores e com o governador Marcelo Miranda porque quem tem condições de atender as necessidades das industrias e das empresas. É o Governo do Estado e depois o município quem tem que dar as mãos, depois o município termina de dar o abraço que é na regularização das áreas, dos parques industriais. Estamos montando uma Zona Especial de Negócios (ZEN) no lado de Luzimangues, mas o município sozinho não monta isto, tem que ser com o Estado para buscar as empresas tem que ser a parte política. A industrialização tem que ter vontade e compartilhamento de todos para que o Estado seja industrialmente.
CT: E politicamente prefeito!? Como está sua base eleitoral? como o senhor está construindo seu projeto de reeleição?
O.A: Estou muito tranquilo. Sou do PSDB e não vou sair. Nossa base política é junto com as lideranças que temos no Estado: o deputado Toinho Andrade que é o vice-presidente do PSD do Estado e presidente do partido em Porto, o senador Vicentinho onde seu irmão é nosso vice, o deputado federal Vicentinho Junior também participa de nosso projeto. Estamos desenvolvendo tudo isso com tranquilidade. O lado político está do mesmo tamanho que iniciamos. Não houve nenhuma separação, estamos construindo um projeto e como todos os que foram eleitos tem direito à reeleição, se o grupo entender que devo continuar conduzindo o projeto, continuarei, mas não quero antecipar nada e vou respeitar todos os líderes: o senador, os deputado federais, tenho que respeitar todos os vereadores também! Vamos reunir. Se eles acharem que devo continuar à frente do grupo, continuarei, mas isso depende na época certa, depende de toda uma conversa, não quero antecipar nada.
C.T: O senhor e sua gestão foram alvos de algumas críticas pontuais por causa do Luzimangues. A quê o senhor atribui o fato do distrito estar no centro de muitos debates e críticas?
O.A: É pelo crescimento. O crescimento de Luzimangues e o de Porto com essa organização e planejamento que temos termina brilhando nos olhos de todos os políticos. Isso por interesses próprios que tem na região, alguns podem falar bem ou falar mal, só acho que todo mundo tem que respeitar como sempre respeito. Não tenho nada contra qualquer deputado e peço ajuda a todos para ajudar a administrar o município, ninguém governa sozinho, aceito as críticas construtivas, tudo bem, pode fazer só não pode ser feitas críticas que venha direcionada à vida pessoal das pessoas. Sou um político que tenho minha vida pautada sempre respeitando todos. Fui deputado estadual quando (Moisés) Avelino foi governador e sempre tivemos boa convivência nos quatro anos que estive como deputado e ele como governador do Estado e não passei para o lado dele, fui deputado da oposição e sempre respeitei. Todo político que quer se dar bem, tem que respeitar a todos e tem que saber que a vida pública é baseada em cima de projetos. Se você não conseguir realizar e atingir o que a sociedade almeja, você pode não conseguir mais um mandato. A pessoa tem que ter organização e respeito.
C.T: Sua raiz política é o Siqueirismo. O senhor acha que o Siqueirismo conseguirá sobreviver politicamente?
O.A: O Siqueirismo não vai acabar nunca, o Eduardo (deputado estadual e ex-senador Eduardo Siqueira Campos (PTB)) não é o único remanescente. Somos muitos, o próprio governador Marcelo Miranda é uma pessoa que nasceu governador junto com o ex-governador Siqueira Campos. A senadora Katia Abreu (PMDB) nasceu senadora também com o ex-governador. Temos que ter respeito. Ele foi um homem que realizou muito, sonhou, idealizou e entregou o Tocantins para todos nós. Acho que o que vai acontecer daqui pra frente é todos nós respeitarmos ele e de hoje em diante todos que vierem temos que ter o mesmo desejo e os mesmos sonhos que ele sempre teve. Como eu fui como engenheiro civil em 1989 junto com Siqueira Campos; implantamos o Plano Diretor de Palmas. Isto aqui é o engenheiro Otoniel e não o político, no primeiro dia da implantação de Palmas quando ele me convidou para ajudar na equipe de engenheiros - disse, emocionado, exibindo quadro que fica sobre sua mesa com foto ao lado do ex-governador Siqueira Campos no dia da implantação de Palmas. Falo isso com muito orgulho! Eu naquela época ouvia ele falar que a capital seria banhada pelo lago e eu ficava pensando: será que isso vai existir? Quando vou a Luzimangues e vejo o por do sol, a lua nascendo e vejo aquela maravilha eu lembro dele, então como não vamos lembrar desse homem? Fizemos aqui em Porto um Memorial e coloquei um busto dele porque a cidade não pode esquecer o trabalho que ele fez. Agora, como político cada um tem seu legado. Vamos continuar pensando, sonhando com um Tocantins industrializado para as novas gerações. O Tocantins é um dos estados que tem grande possibilidade de alimentar o mundo.
C.T: De que forma reinventar esse grupo a ponto de torná-lo viável eleitoralmente para a próxima eleição estadual?
O.A: O Estado tem Katia Abreu, Vicentinho Alves que são líderes naturais do Estado. Não vai ter grupo A ou B, tem muita gente no Estado. São vários partidos que hoje podem se juntar lá na frente e tornar um projeto viável para o Estado. Qualquer projeto que se fizer no Estado sempre terá pessoas que foram do grupo do ex-governador Siqueira Campos.
C.T: Esse projeto poderia começar, por exemplo, com um possível apoio a candidatura do Eduardo, por exemplo, à Prefeitura de Palmas?
O.A: Sonhamos em ter um candidato para Palmas do nosso Partido. Vamos deixar o partido que é um dos mais bem aceitos no seio da sociedade, no País, não é só em Porto ou em Palmas, tem respeito à nível nacional e com facilidade de agregar. Não tenho nada contra o prefeito (Carlos) Amastha (PSB) acho que é uma pessoa que tem sonhos e que realiza seus sonhos. No momento o PSDB é conduzido pelo senador Ataídes Oliveira que é uma pessoa tranquila. Respeitamos todos os pré-candidatos mas vamos analisar e tentar ver se temos condições de ter um candidato
Algum filiado do PSDB já se manifestou?
O.A: Ainda não, mas temos muitos filiados de peso que podem muito bem disputar a prefeitura da capital.
C.T: Para finalizar, qual o recado o senhor deixa para a população portuense?
O.A: Quero cumprimentar pelos 154 anos de emancipação política à nossa comunidade e dizer que os sonhos continuam com os pés no chão e os olhos abertos procurando parceria para fazer de Porto Nacional a cidade que todos nós sonhamos uma cidade bela, bonita e gostosa de se viver.