Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Educação

José Roque Santiago, presidente do Sintet

José Roque Santiago, presidente do Sintet Foto: Divulgação

Foto: Divulgação José Roque Santiago, presidente do Sintet José Roque Santiago, presidente do Sintet

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (Sintet) divulgou carta aberta à população tocantinense informando redução no tempo das aulas nas escolas públicas da rede estadual. O Sindicato justifica que a medida será necessária para sensibilizar o governador Marcelo Miranda a cumprir compromissos firmados oficialmente com os professores do Estado. 

Segundo o Sintet, desde a terça-feira, 26, todas as escolas do Estado sofreram redução de 15 minutos no tempo de cada aula, dia, e 10 minutos por aula, à noite. "Sugerimos que professores e demais funcionários, alunos e comunidade escolar usem esse tempo para que esclareçam as causas da greve e discutam também os demais problemas que afetam as escolas, tais como a qualidade da merenda, o atraso no repasse dos recursos pelo governo, a necessidade de instalação de aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula, a falta de reforma nas escolas, dentre outros", segundo o Sindicato. 

Ainda de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação, os professores da Rede Estadual estão dispostos a contribuir na busca de soluções que melhorem a qualidade da educação no Estado do Tocantins.

Seduc diz que decisão é incoerente 

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informou ao Conexão Tocantins na manhã desta quinta-feira, 28, que a decisão dos professores da Rede Estadual de Ensino em reduzir o horário das aulas nas escolas públicas estaduais, é complexa. Segundo a Seduc, é complexa porque as exigências financeiras não dizem respeito apenas à Seduc, sendo uma questão de orçamento estadual envolve as Secretarias da Educação, Juventude e Esportes; da Administração; da Fazenda; de Governo e de Planejamento.

A Secretaria ainda informou estar articulando com os órgãos citados para estudar o caso e dar uma resposta aos professores, o que depende da capacidade financeira do Estado. A Seduc manifestou que deve ser observado que o País e o Tocantins estão vivendo um momento crítico e, por isso, "essa decisão dos professores via Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintet) é incoerente, porque o Estado não terá condições de responder positivamente e de atender de imediato às exigências de pagamentos de retroativos, de progressões e até mesmo de conceder aumento salarial", informou. 

Quanto aos alunos, a Seduc esclareceu que é um direito estabelecido pela legislação, ter as 800 horas/aula e, portanto, será necessário que essas aulas sejam respostas, posteriormente.


Confira Carta Aberta do Sintet na íntegra 

Carta Aberta à População Tocantinense: Por que as aulas nas escolas públicas da rede estadual estão sendo reduzidas?

Mais uma vez, por conta do descaso e falta de compromisso do governador Marcelo Miranda para com as pessoas que usam o Serviço Público tocantinense, o dia a dia de nossas escolas vai ser alterado. Depois de uma greve de quase 90 dias (em 2015) que poderia ter sido evitada se o governador se empenhasse em resolver os problemas da educação ao invés de se ocupar com coisas como viajar pela Europa, agora os/as profissionais da educação se veem forçados a reduzir o tempo das aulas na tentativa de sensibilizar o governador Marcelo Miranda a cumprir os compromissos firmados oficialmente com os professores e professoras desse estado.

Toda mãe e todo pai de família responsável sabe da importância de honrar suas obrigações, pagar suas dívidas, não é mesmo? Infelizmente, essa não tem sido a postura do governador Marcelo Miranda para com os professores e as professoras que todos os dias se empenham para garantir uma educação de qualidade para nossas crianças! Enquanto descumpre os compromissos com a nossa categoria, Marcelo Miranda não se sente nem um pouco envergonhado de gastar milhões patrocinando rodeios no interior ou com programas, tais como o “Programa Estado sem Drogas”, que vai custar aos cofres públicos mais de 1 milhão de reais para fazer o que a Polícia Militar (PM) já faz com o programa Proerd, que combate o uso de drogas e aproxima a PM da comunidade, algo essencial em tempos de tanta violência.

Nós, professores e professoras do Estado do Tocantins, cumprimos nossa parte, fizemos a reposição de todas as aulas. Infelizmente, o governador não pode alegar que descumpre os acordos de greve por falta de dinheiro. Afinal, a eleição para escolha de diretor/a que certamente ajudaria a evitar a interferência política na rotina das escolas, algo fundamental para a melhoria da qualidade da educação, especialmente em ano eleitoral, também não se concretizou, mesmo tendo um custo insignificante para o estado. O que demonstra mais uma vez que, se o governador Marcelo Miranda tem honrado compromissos, não é com a qualidade da educação das crianças tocantinenses...

Para dar uma ideia de como essa postura do Governador Marcelo Miranda tem prejudicado os professores e professoras desse estado, uma parcela da dívida que o Governo tem conosco são direitos (progressões) referentes ao ano de 2013 e, em parte, não passam de pouco mais de R$ 140 reais por mês por pessoa! Agora, pense um pouco: O que você pagava pelo botijão de gás de cozinha naquela época é o mesmo que você paga hoje? O que você pagava pela energia elétrica naquela época é o mesmo que você paga hoje? Claro que não! Então, é justo que o Governador Marcelo Miranda deixe de pagar uma dívida tão antiga? Você que é pai ou mãe de família sabe como esse valor faz falta no orçamento de uma família! Oh, se faz!

Por essas e outras, desde terça-feira, 26/04, todas as escolas do estado têm reduzido em 15 minutos o tempo de cada aula durante o dia e 10 minutos por aula à noite. Essa é uma forma de tentar, como dissemos anteriormente, sensibilizar o Governador Marcelo Miranda para que cumpra seus compromissos. Entretanto, esse tempo não será perdido. 

Sugerimos que professores/as e demais funcionários/as, alunos/as e comunidade escolar usem esse tempo para que esclareçam as causas da greve e discutam também os demais problemas que afetam as escolas, tais como a qualidade da merenda, o atraso no repasse dos recursos pelo governo, a necessidade de instalação de aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula, a falta de reforma nas escolas, dentre outros. Os professores e as professoras da Rede Estadual estão dispostos a contribuir na busca de soluções que melhorem a qualidade da educação no Estado do Tocantins.

Contamos com a compreensão de todos/as.     

José Roque Santiago

Presidente do SINTET (Matéria atualizada às 10h56min)