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Estado

Foto: Divulgação

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Alguns movimentos reuniram-se para um protesto em frente ao prédio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Palmas, na manhã desta terça-feira, 17. A Frente Brasil Popular, Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB), Central Unica dos Trabalhadores (CUT), Centro dos Direitos Humanos de Palmas, Comitê dos Servidores do Incra e outros, lançaram críticas e afirmam não reconhecer o governo do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB)

Os movimentos encaminharam uma nota à imprensa em que também declaram ser contra a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário "responsável pelo atendimento de mais de quatro milhões de famílias de agricultores, porque não reconhecemos o governo ilegítimo de Michel Temer". Também se posicionam não aceitar o "esfacelamento" Incra. "Não aceitamos o esfacelamento do Incra. A Fundação Palmares só regularizou dezessete comunidades quilombolas até 2003. O Incra titulou 30 comunidades até 2015, realizou 201 relatórios técnicos e mais 107 portarias e 77 decretos", manifestam. 

Os movimentos também manifestaram apoio aos trabalhadores rurais acampados em Santa Fé do Araguaia, possíveis vítimas de violência por pistoleiros armados. "Não aceitamos repressão à livre organização da classe trabalhadora, nem aos trabalhadores acampados de Santa Fé do Araguaia". 

"Denunciamos os golpistas por ódio contra os pobres. Lutaremos até o fim contra o golpe, pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras", sustentam os manifestantes. 

Confira nota na íntegra 

Fora Golpistas!!

Contra a extinção do MDA e o esfacelamento do INCRA

“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos” - Papa Francisco

Não reconhecemos a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pelo atendimento de mais de quatro milhões de famílias de agricultores, porque não reconhecemos o governo ilegítimo de Michel Temer.

Não aceitamos o esfacelamento do INCRA. A Fundação Palmares só regularizou dezessete comunidades quilombolas até 2003. O Incra titulou 30 comunidades até 2015, realizou 201 relatórios técnicos e mais 107 portarias e 77 decretos.

O governo golpista transferiu para o MEC a regularização dos quilombolas, destruindo esta política na prática, pois só o INCRA tem capacidade de atender esta demanda popular.

Os golpistas extinguiram todos os ministérios que atendem os trabalhadores e os pobres, porque só tem compromisso com os ricos.

Querem que as mulheres banidas do ministério formado só por homens, não protestem mais: abandonem a cena pública, voltem aos seus afazeres domésticos e calem a boca; que os negros e negras, maioria da sociedade brasileira deixem as ruas e praças e retornem, à invisibilidade das senzalas;

Querem que os sem terra se conformem com a dilatação e dominação do latifúndio e parem de lutar por reforma agrária e por terra para quem trabalha; que os sem teto, se acomodem debaixo das pontes e viadutos, até que a policia os enxote; que estudantes não ocupem mais as escolas por educação de qualidade e pela merenda roubada.

No domingo (15/05), às cinco da manhã um grupo de sete homens encapuzados, adentraram no Acampamento Mata Grande em Santa Fé do Araguaia. Atiraram em uma das lideranças, José Dantas do Vale (Zé da Ilha), mas não o atingiram. Ele e mais quatro lideranças fugiram e ficaram desaparecidas até a meia noite. Duas pessoas foram machucadas com pauladas nas costelas e costas. Espancaram também um menor e jogaram gasolina em mais dois menores.

Esses pistoleiros pegaram a documentação pessoal e celulares das famílias e tocaram fogo. As motos que estavam no acampamento tiveram seus tanques perfurados, pneus rasgados e bancos cortados de facão.

O fazendeiro Gérson Espíndola Júnior veio dirigindo a camionete com os pistoleiros, sendo quatro na cabine e três na carroceria, tocando as famílias do acampamento até a cidade de Santa Fé do Araguaia-TO, caminhando a pé 40 km. Este fazendeiro efetuou quatro tiros de pistola na direção das famílias.

Denunciamos os golpistas e seus aliados, o PMDB, o PSDB, o DEM e demais partidos golpistas, parte do Judiciário e a imprensa patronal como responsáveis pelo massacre contra os trabalhadores rurais de Santa Fé do Araguaia por estimularem a perseguição contra os trabalhadores e por derrubarem uma presidenta eleita com 54 milhões de votos.

Denunciamos os golpistas por ódio contra os pobres.

Lutaremos até o fim contra o golpe, pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

APATO, CDDH-Colinas CDH-Palmas CIMI, COEQTO, CPT, CTB

CUT, FETAET, Levante Popular Juventude, MAB,MST

Frente Brasil Popular, Comitê dos Servidores do INCRA e MDA contra o golpe