A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União – CGU, deflagrou na manhã desta segunda-feira (03/04) a Operação Rota 26, com o objetivo de desarticular suposta organização criminosa que operou um esquema de desvio de recursos públicos destinados a obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamento situados em municípios tocantinenses, no âmbito do Incra/TO.
A diligências realizadas durante a investigação apontaram deficiência na elaboração dos projetos de engenharia, impropriedades no acompanhamento e fiscalização de obras, sobreposição de projetos para um mesmo trecho, serviços não executados e pagos e obras executadas fora da área dos assentamentos ou fora da área de acessos a estes, dentre outras irregularidades que resultaram em um prejuízo de cerca de R$ 1,4 milhão de reais, de um total de aproximadamente R$ 4,2 milhões investidos nas obras.
Participam da operação cerca de 90 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 39 mandados judiciais no Tocantins nos municípios de Palmas, Miranorte, Paraíso do Tocantins, Araguaína, Buritis do Tocantins e Araguatins, sendo 21 Mandados de Busca e Apreensão e 18 Mandados de Condução Coercitiva. São alvos das medidas o prédio sede da Superintendência Regional do Incra no Estado do Tocantins, servidores e ex-servidores da Autarquia Agrária, ex-prefeitos, empresários e dois deputados estaduais.
Os deputados José Roberto Forzani (PT) e Rocha Miranda (PMDB) foram até a sede da Polícia Federal, em Palmas, para depoimento.
Os fatos em apuração configuram, em tese, os crimes de desvio de recursos, falsidade ideológica, fraude em procedimentos licitatórios e organização criminosa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão.
O nome da operação – Rota 26 – é uma alusão à lendária estrada americana que foi desativada em razão do surgimento de estradas mais modernas. O número 26 é mencionado para identificar a Superintendência Regional do Incra no Estado do Tocantins – SR-26. (Matéria atualizada às 12h19min)