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Estado

Membros do movimento Pró-Sispen, que representa os técnicos em defesa social e agentes socioeducadores do Tocantins, estão percorrendo as unidades prisionais do estado para levantar as principais demandas da categoria e as deficiências do sistema prisional no estado. A proposta é apresentar este levantamento para o governador interino Mauro Carlesse, cobrando direitos dos servidores e melhorias urgentes nas condições de trabalho e segurança do sistema prisional.

De acordo com o Pró-Sispen a situação das unidades prisionais é, em geral, caótica. “Tenho visto unidades sem sequer um muro externo. Temos cerca de 700 pessoas contratadas portando armas sem terem prerrogativas para isso enquanto cerca de 400 aprovados no cadastro de reserva aguardam o curso de formação para serem nomeados”, informou Wilton  Angelis Barbosa, um dos representantes do movimento.

Facções

Um dos principais problemas nas unidades prisionais, de acordo com o movimento, é a guerra entre facções rivais. No Tocantins, Comando Vermelho e PCC estariam em conflito constante pelo “comando” das unidades prisionais. “Não  podemos precisar quando esta guerra se voltará contra as forças de segurança do estado ou da própria sociedade”, denuncia o representante.

Enquanto as facções atuam os agentes estariam despreparados para o trabalho. Segundo o Pró-Sispen, os técnicos e agentes não têm armas para fazer a defesa em situação de conflito. “Muitos de nós não têm armas cauteladas pelo estado e sequer tem condições financeiras de comprar uma arma para sua auto defesa deixando expostos ao risco”.

Direitos

Segundo Wilton os técnicos em defesa social e agentes socioeducadores estão completando um ano de serviço sob condições de descaso e sem receber direitos como, adicionais de periculosidade e  noturno, além de horas extras trabalhadas.

Com isso o salário dos servidores, que é de R$ 2.700 está defasado. Sem receber os adicionais e horas extras os profissionais estão deixando de receber algo em torno de R$ 1.100 por mês. “Temos um dos salários mais baixos da categoria no país, mesmo sendo a segunda profissão mais perigosa do mundo, segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho”, questiona Wilton.

Cobrança

O movimento Pró-Sispen já solicitou reunião com o novo governo interino do estado para apresentar as demandas. O governo anterior não recebeu a categoria para o diálogo.

Através do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (SISEPE-TO) os agentes recorreram até mesmo à justiça solicitando o pagamento dos direitos da categoria, mas a ação ainda não foi atendida.

“Mesmo buscando o diálogo e a diplomacia não fomos atendidos, depois quando paralisarmos os serviços seremos condenados por deixar a sociedade desassistida, não é esta nossa vontade.” Queixou-se Wilton.

Ainda de acordo com o representante, o atual governo já sinalizou que irá chamar a categoria para negociar os direitos em atraso.

O Conexão Tocantins solicitou resposta à Secretaria de Cidadania e Justiça e aguarda retorno.