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Polí­tica

Depois de se eleger presidente da Assembléia Legislativa do Tocantins sem o apoio do governo e sem ter sido o mais votado, o deputado Carlos Gaguim (PMDB) assume uma postura enigmática. Segundo informou uma fonte próxima, o presidente em conversas de bastidor diz que não será candidato a deputado estadual, muito menos a federal nas próximas eleições. O que vislumbra então o presidente? Na assembléia inclusive, existe um projeto de lei proposto pelo próprio parlamentar tramitando com o deputado Iderval Silva (PMDB), que põe fim à reeleição para presidência da casa. Segundo esta mesma fonte, Gaguim diz que já não é mais de tomar café da manhã e almoçar com o governador.

Os arranhões nesta relação se iniciou no final do ano passado durante as articulações que definiriam o futuro presidente da Assembléia. Gaguim à época propagandeou que estava tudo acertado para que ele fosse eleito presidente, chegou a dizer que não havia tradição de mulher presidente de Assembléia ao ser questionado sobre o fato de não ter sido o mais votado. À época a maior votação foi alcançada pela deputada Josi Nunes (PMDB), portanto, uma aspirante natural ao cargo.

O certo é que tudo levava a crer que o parlamentar tivesse o apoio do governo. O que não se concretizou, pois o governador Marcelo Miranda (PMDB) no desenrolar dos acontecimentos não declarou apoio e, pelo contrário, parece ter dado força à tentativa de César Halum (DEM), de pleitear a reeleição. Isto parece ter deixado cicatrizes abertas. O restante da história todos sabem, Gaguim foi eleito com apoio de doze deputados e em segundo turno, por ter mais tempo de legislatura.

Após assumir começou a dar sinais de independência, criou o programa Assembléia Participativa mesmo a contragosto do governo, demitiu o Diretor de Comunicação da casa, Wellington Ribeiro, ligado ao governador e nesta terça feira admitiu ao blog do jornalista Cleber Toledo que não descarta a possibilidade de deixar o PMDB. Um destino provável do parlamentar pode ser o PR do senador João Ribeiro. Segundo o informado, o motivo da insatisfação teria sido agravado após uma trombada com membros da executiva regional do partido em Porto Nacional.

O parlamentar queria que Merval Pimenta, que já foi presidente regional da sigla ficasse no comando, contrariando membros da executiva que cabalavam em prol da professora Maria Deusalice Vitorino. Sem mais forças que pudessem desprender energia no cabo de guerra que se estabeleceu, Gaguim resolveu refluir, recolheu seus trapos do embate e saiu resmungando aos quatro ventos.

Mas engana-se, quem pensa que ele se dá por vencido. Apenas se recolheu para travar outras trincheiras. Dentro desta estratégia o presidente da assembléia espalhou bala para todo lado, sobrou até para o prefeito de Palmas, Raul filho (PT), que foi acusado por Gaguim de deixar a capital Palmas ser exposta em matéria pejorativa a nível nacional, como no caso dos ataques das piranhas nas praias, mesmo sabendo do problema com antecedência de dois anos.

Gaguim não deixou de atirar principalmente no governo do Tocantins. Mandou o recado ao dizer que de agora em diante não vai se calar e atingiu indiretamente o principal homem do governo, o Secretário da Infra-Estrutura, Brito Miranda, pai do Governador, ao dizer que é um absurdo a ponte Fernando Henrique Cardoso (Ponte da Integração) ficar no escuro. Diante destas e outras o que postula o enigmático? É esperar para ver.

 

Umberto Salvador Coelho