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Economia

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os biocombustíveis deverão fechar o ano com recorde, informou hoje (16) o vice-presidente da instituição, Armando Mariante. Segundo ele, o banco deve emprestar R$ 3,2 bilhões para projetos relacionados ao setor.

A informação foi dada em reunião do grupo de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que discute, no Rio de Janeiro, estratégias de desenvolvimento para a bioenergia. A quantia anunciada por Mariante representa 58,4% a mais que o desembolsado pelo BNDES para o setor no ano passado.

Há três anos, os desembolsos do BNDES para a área de biocombustíveis apresentam ritmo crescente. Em 2004, os empréstimos para o setor somaram R$ 580 milhões, passando para R$ 1,08 bilhão em 2005 e atingindo R$ 2,02 bilhões em 2006. Atualmente, a carteira ativa do banco reúne 96 projetos para o setor de etanol, que totalizam apoio financeiro de R$ 11,3 bilhões.

Segundo Mariante, os números provam que o BNDES está totalmente inserido no programa de biocombustíveis do governo federal. Ele ressaltou que o banco não estabeleceu nenhum limite para apoio aos projetos relacionados aos biocombustíveis. "Se houver demanda, não faltarão recursos", assegurou.

O vice-presidente do BNDES mostrou-se ainda simpático à criação de um certificado que indique os projetos que respeitaram os direitos sociais e cumpriram as obrigações ambientais da cadeia produtiva dos biocombustíveis. A idéia foi apresentada durante a reunião do CDES pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos. "Ouvi a proposta pela primeira vez, mas acredito que a questão da certificação do etanol é absolutamente fundamental", ressaltou Mariante.

Para Mariante, a qualificação da mão-de-obra contribuirá para o desenvolvimento tecnológico do setor. "É preciso haver menos gente no campo cortando cana e mais gente em tarefas mais nobres ligadas à mecanização da colheita da cana. Isso passa por cursos de qualificação profissional", destacou.

No ano passado, a produção de etanol no Brasil atingiu 18 bilhões de litros e foi responsável pelo cultivo de 3 milhões de hectares de cana-de-açúcar e pela criação de 4,6 milhões de empregos diretos e indiretos. Em 2006, cerca de 355 usinas e destilarias estavam em operação e 126 estavam em fase de projeto ou com a construção iniciada.

Segundo Mariante, o BNDES prevê a conclusão de 100 novas usinas até 2010 que produzirão mais 8 bilhões de litros de etanol. Os projetos apoiados pelo BNDES na área de biocombustíveis referem-se a investimentos em usinas de etanol, a projetos de engenharia e de compra bens-de-capital, ao uso do biocombustível para a geração de energia (bioenergia). O banco também apóia ações de pesquisa e inovação, além de projetos de reestruturação, de logística e de infra-estrutura.

Agência Brasil

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