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Campo

No primeiro semestre deste ano, as exportações do campo renderam US$ 33,8 bilhões, um crescimento de 16,3% na comparação com o mesmo período de 2007. No acumulado de janeiro a junho, os gastos com importações somaram US$ 5,6 bilhões, crescimento de 42,7% ante igual período do ano passado. De acordo com números da CNA, o trigo foi o produto agrícola mais importado pelo País no período, respondendo por um quinto dos gastos.

O saldo comercial cresceu 23,4% no período de janeiro a junho, para US$ 28,15 bilhões. Uma terceira previsão divulgada pela Confederação indica que o faturamento primário da agropecuária será de R$ 284,9 bilhões em 2008, o que representa um crescimento de 29,18% em relação ao resultado de 2007, quando o Valor Bruto da Produção (VBP) somou R$ 220,5 bilhões.

Apesar dos números positivos para o setor, o superintendente-técnico da CNA, Ricardo Cotta, lembrou que eles não significam renda para o produtor rural, principalmente quando avaliado o resultado do PIB no acumulado do ano até abril.

"Os insumos são os grande vilões da agricultura brasileira neste ano e foi esse item que mais puxou o resultado do PIB", afirmou. Diante do cenário de "desestímulo", ele considerou que a meta do governo de elevar para 150 milhões de toneladas a produção agrícola na safra atual, 2008/2009, está "ameaçada".

Segundo ele, o governo não atacou os principais gargalos da agricultura com o plano de safra anunciado no começo do mês. Cotta disse que "faltou prioridade" para medidas que reduzam a dependência externa por fertilizantes e ampliem o número de empresas que atuam no mercado interno.

Ele acrescentou ainda que o governo não investiu em obras de infra-estrutura e defendeu a autorização por parte do governo para que a iniciativa privada invista na área de logística, principalmente portuária.

Como medida que pode reduzir o custo de produção - já para a safra que será plantada a partir do próximo mês de setembro -, o superintendente citou a eliminação da alíquota de 25% do Adicional do Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Segundo Cotta, outra idéia é zerar a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na comercialização de fertilizantes, decisão que cabe aos Estados.

"Seria um injeção na veia", afirmou. Para garantir renda ao produtor, ele defendeu que o governo estimule o uso de mecanismos de mercado futuro, incluindo financiamentos. "Quanto menos intervenção (do governo), melhor."

 

Fonte: estadão.com.br