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Economia

A divulgação da estimativa da população de Palmas no mês passado confirma que a capital está em uma nova realidade. Diferente do que aconteceu quando da sua criação até o início desta década (veja quadro abaixo), o crescimento da população da capital vem se dando de maneira normal, com patamares perto da média nacional.

Atualmente, a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o número de habitantes para a capital é de 188.645. O total é apenas 2% maior que os 184.010 estimados em 2008. No Brasil, o crescimento ficou em cerca de 1% - o país tem hoje pouco mais do que 191 milhões de habitantes.

A mudança na linha populacional, claro, acarreta transformações profundas para o comércio. Embora ainda sendo uma cidade que tem no poder público o seu carro chefe da economia, o setor de serviços vem crescendo de forma constante.

Em 2007, em pesquisa sobre o comércio da capital, o IBGE já apontava uma receita bruta naquele ano de R$ 2,1 bilhão, mesmo com o levantamento englobando uma gama de empresas reduzida, com apenas 1.645 estabelecimentos pesquisados e uma quantidade de trabalhadores de pouco mais de 12 mil pessoas.

Carros e mudanças

Hoje segundo informações preliminares do IBGE, são comercializados 600 automóveis por mês em Palmas. Desta forma, pode se concluir que mais 7 mil pessoas por ano compram carro na capital. Já o número de motos, segundo dados da Agência de Trânsito, Transporte e Mobilidade (ATTM), é de 800 por mês, o que dá mais de 9,5 mil por ano.

Com isso, Palmas vem registrando um grande aumento no número de veículos. Atualmente a cidade tem 92 mil, quase um para cada dois habitantes. Em 2004 o número de veículos era de 46 mil (cerca de 50% menor do que o atual).

Para o supervisor de Pesquisas Econômicas do escritório local do IBGE, João Soares de Araújo, a mudança no crescimento da população também alterou profundamente o perfil dos habitantes Palmas. Antes, Palmas era vista como uma terra de muitas oportunidades, um Eldorado, e desta forma muitas pessoas, mesmo sem dinheiro e sem qualificação técnica, acabavam vindo morar na cidade.

Com a consolidação do município, Palmas recebeu pessoas com muito mais poder aquisitivo e qualificação, como advogados, médicos, especialistas em consultorias e outros profissionais liberais. O especialista explica que essa situação, bem como o desenvolvimento do Tocantins, tende a ajudar o comércio palmense. O número de automóveis vendidos é um reflexo desta situação.

Segundo ele, esses novos moradores da capital, por terem maior poder aquisitivo para fazer compras, fortalecem o comércio local. Além do mais, ele ressalta que a ampliação do número de grandes agricultores (e pecuaristas) no Estado e de investimentos no interior reflete positivamente no comércio palmense.

Isso porque, segundo o supervisor, as pessoas responsáveis por esses investimentos terão a necessidade de fazer compras de maior qualidade, em estabelecimentos que não existem em suas cidades. Este é o caso, na opinião de Soares, dos produtores de soja de Pedro Afonso, que veem em Palmas um lugar ideal para visitar e adquirir melhores produtos.

Aperfeiçoamento

O supervisor ressalta que o empresário precisa investir em qualificação. Um público de maior poder aquisitivo costuma ser mais exigente e, portanto, vai mais diversidade e qualidade, com um atendimento diferenciado.

Para ele, a mudança no perfil da população mostra que o comerciante não pode ficar parado sem que sejam feitas ações com o intuito de inovar. Para ter mais sucessos nos seus negócios, é muito importante que haja uma atualização constante no estoque.

Outro ponto ressaltado pelo supervisor do IBGE é que o empresário, para se diferenciar da concorrência, além de oferecer os melhores produtos, precisa trabalhar bem as opções de desconto e possibilidade de parcelamento para com isso conquistar o cliente. “As palavras chaves são: atendimento, variedade de produtos, ofertas e negociação”, ressalta o especialista do IBGE.

Investimentos

Tanto Soares, quanto o responsável pelo Setor de Disseminação de Informações do IBGE local, Francisco Ferreira, projetam um futuro promissor para o comércio de Palmas. Além de acompanhar o avanço da cidade há muitos anos, eles se embasam na consolidação de muitos investimentos simultaneamente, como a instalação de novas grandes redes de supermercados e o próprio Capim Dourado Shopping.

Segundo eles, com esses investimentos, toda a população e o comércio saem ganhando. Os especialistas do IBGE comentam que todos os novos estabelecimentos vão gerar mais emprego e renda, com maior circulação de dinheiro.

Além do mais, grandes shoppings tendem a trazer pessoas do interior e de outros estados para Palmas. Quem vem de fora comprar na capital não vai apenas se limitar a visitar o shopping, mas vai passar por outros pontos da cidade, possivelmente conheça outras lojas, além de poder usufruir de hotéis e restaurantes.

Estudantes

Ser um pólo universitário também está no DNA da cidade. Na estimativa populacional, muitos estudantes que moram sozinhos na capital, mas não trabalham não estão computados como habitantes de Palmas. Ferreira calcula que esse número chegue a ficar perto de 5 mil.

No entanto, com a instalação de cursos superiores considerados mais nobres, como medicina, os dois especialistas do IBGE também projetam que esta realidade comece a mudar.

“Claro que sempre vai ter aquele oriundo de uma família mais humilde e com pouco dinheiro, mas em geral o camarada que faz medicina ele tem mais recursos e mora muito bem”, frisa Soares.

Quadro 1

Habitantes

Dois anos depois de ser criada, em 1991, Palmas contava com cerca e 24 mil habitantes. No ano seguinte já saltava quase 50%, ficando em cerca de 35 mil. Em 1999, já eram mais 121 mil habitantes na capital. A evolução, porém, mudou radicalmente nesta década. Em 2001, Palmas possuía pouco mais de 150 mil habitantes e, agora, oito anos depois, o número é de 188 mil. Isso quer dizer que, na década passada, o crescimento em oito anos foi de mais de 500%, enquanto na atual (em mesmo período de tempo) ficou em 25%.

Comércio

- Em apenas 1.645 estabelecimentos formais pesquisados pelo IBGE em 2007, a estimativa total de receita bruta em vendas foi de foi de R$ 2,1 bilhão.

- Atualmente, projeções do IBGE ressaltam que todo os anos mais de 7 mil veículos são emplacados na capital – cerca de 600 por mês.

- O números de motos emplacadas por mês é de cerca 800 - o que totaliza mais de 9,5 mil por ano.

- O total de veículos da cidade já chega a 92 mil - quase um para cada dois habitantes.

Fonte: Assessoria de Imprensa CDL Palmas