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A primeira leguminosa a ter seu genoma sequenciado é a soja, em pesquisa destacada na edição da última quinta-feira (14/1) da Nature. O sequenciamento da soja, destaca a revista, abre o caminho para melhorias no cultivo que poderão ter grande impacto na produção de alimentos e até mesmo na geração de energia.

A soja é hoje uma das mais importantes plantas cultivadas em todo o mundo para a produção de alimentos e de óleo e tem grande capacidade de fixar o nitrogênio atmosférico por meio de simbiose com microrganismos presentes no solo.

Após mais de 15 anos de pesquisa, um grupo internacional de pesquisadores conseguiu sequenciar 85% dos 1,1 bilhão de pares de base da soja, por meio da técnica conhecida como “shotgun do genoma completo”, por meio da qual o genoma é “explodido” em fragmentos pequenos e sequenciado em larga escala.

No artigo, Scott Jackson, do Departamento de Agronomia da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, e colegas destacam que o trabalho será importante referência para decifrar a genética de mais de 20 mil outras espécies de leguminosas.

A Nature ressalta que o trabalho de sequenciamento ajudará a compreender a capacidade da soja em transformar dióxido de carbono, água, luz solar, nitrogênio e outros minerais em energia, proteína e nutrientes para uso tanto humano como animal.

“A soja e outras leguminosas têm papel fundamental na segurança alimentar global e na saúde humana, sendo usadas em uma ampla gama de produtos, como farinha, leite, substitutos da carne, tofu, óleo e biodiesel. Essas novas informações sobre a genética da soja poderão levar ao desenvolvimento de variedades que produzam mais proteína e mais óleo, que se adaptem melhor a condições climáticas adversas ou que sejam mais resistentes a pragas e a doenças”, destacou Molly Jahn, da divisão de pesquisa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

O artigo Genome sequence of the palaeopolyploid soybean (doi:10.1038/nature08670), de Scott Jackson e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.