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Polí­cia

Foto: Divulgação

Os cães podem ser verdadeiros combatentes do tráfico de drogas, ajudar a encontrar pessoas em soterramentos, em matas, escombros, simplesmente seguindo o seu olfato, e, claro, com um bom treinamento. No Tocantins, isso também é uma realidade. Há quase cinco anos, quando ainda pertencia ao 1º BPM (Batalhão da Polícia Militar), em Palmas, para depois ser incorporado à CIOE (Companhia Independente de Operações Especiais), o Canil para Alojamento e Adestramento da Polícia Militar do Tocantins tem auxiliado no combate ao crime e ajudado na manutenção da segurança da população.

O chamado GOC – Grupo de Operações com Cães conta com dois pelotões: um em Palmas, com 25 policiais militares e 13 cães; e outro em Gurupi, com 9 militares e 9 cães. Há a meta de instalar um novo pelotão em Araguaína, no norte do Estado, segundo o comandante da CIOE, major Cláudio Thomaz Coelho de Souza, que assegura que com essa estrutura o GOC consegue atuar em todo o Tocantins, realizando operações também em parceria com a Polícia Federal e Polícia Civil. A solicitação é feita via 190. Inclusive, um desses cães também esteve à frente quando a PM do Tocantins desbaratou uma quadrilha de assaltantes a bancos da Bahia, em fevereiro deste ano, na região de Mateiros. Chegou a ser atingido nas costelas, mas mostrou bravura e recuperou-se. Vida de “militar” tem dessas coisas.

Não há como negar. É científico. O faro do cão supera, em muito, o do ser humano. Enquanto no homem as células olfativas chegam a cinco milhões, no cão elas atingem 220 milhões. Portanto, qualquer cheiro, por mais elementar que possa parecer, pode ser detectado por um cão. Resíduos de drogas em dinheiro, por exemplo, podem ser farejados pelo animal. Nas operações, é importante, segundo a CIOE, que o local do evento não seja alterado, porque isso facilita o trabalho dos cães. Esses animais têm capacidade de executar uma missão por um período de até seis horas. Além das ocorrências diárias, por mês são realizadas de 15 a 20 ocorrências no Estado.

“Viabiliza economicidade de efetivo, porque com um cão cobre-se uma marca civil de aproximadamente cinco policiais”, comenta o CB Adriano Pereira sobre as vantagens de se trabalhar com esses animais. Há quase cinco anos o militar trabalha no Canil do 1º BPM. Já o CB J. Luiz, há 4 anos no GOC, diz que “trabalhar com cães significa atuar de forma preventiva no combate ao tráfico de drogas, ao uso de armas, aos crimes de um modo geral, além do que aqui no GOC temos um leque de opções de crescimento pessoal e profissional”, avalia o militar.

Treinamento

De acordo com major Cláudio, o trabalho com os cães precede um treinamento especializado com os militares que lidam com os animais, por isso são promovidos treinamentos e cursos também em Goiânia (GO), Brasília (DF), Minas Gerais e Força Nacional de Segurança Pública “Agora neste mês de abril vamos enviar cinco militares a Brasília para uma nova capacitação”, adianta o major. O primeiro passo para se habilitar a lidar com os cães é fazer o curso de Cinotecnia. “Depois partirmos para as especializações em áreas colapsadas, faro de drogas, de explosivos, entre outras”, explica o comandante. Os cursos duram, em média, de 45 dias a seis meses e há ainda os intercâmbios com as polícias dos estados de Goiás e Distrito Federal.

No Tocantins, os cães são das raças belga malinois, rottweiler e labrador e mantidos no Canil, localizado na sede do 1º BPM. Porém, como todo combatente, eles também precisam de cuidados especiais. Segundo a CIOE, há uma preocupação constante com a saúde desses animais, principalmente no combate ao calazar. Esse monitoramento é feito por dois veterinários e parceiros, com vacinas regulares contra doenças como cinomose, hepatite, leptospirose, entre outras. “Realizamos diuturnamente esse controle”, reforça o major Cláudio.

Uma curiosidade é que esses cuidados têm início desde o cruzamento dos bichos. Há ainda uma atenção especial com a saúde dos militares que lidam com os animais. “O cão é uma extensão do policial, um membro da Corporação”, diz o major Cláudio, sobre a importância desses animais para a segurança da sociedade.

Trabalho lúdico

Mas os cães do GOC no Tocantins não se metem somente em “operações policiais perigosas”, em escombros, farejando drogas ou coisas do tipo. Eles também atuam em atividades lúdicas, quando são convidados a se apresentarem em escolas ou em entidades que trabalham com crianças especiais, por exemplo.

Mas nem tudo são flores. O GOC também enfrenta suas dificuldades. Se há toda uma preocupação da Polícia Militar em manter a saúde dos cães para o sucesso nas operações, há ainda a falta de uma boa infraestrutura quanto às instalações para o transporte desses animais aos locais de chamamento, problema que a CIOE espera resolver em breve.

CIOE

O GOC é um dos quatro grupos especiais da CIOE no Estado. Há ainda o GIRO (Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva), o COE (Comando de Operações Especiais) e a ROTAM (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas).

Mais um detalhe: os cães recebem duas refeições diárias à base de ração e cada animal é batizado com um nome, digamos, “próprio”. E que ninguém duvide da capacidade olfativa desses cães – em especial contra o crime.

Fonte: Assessoria de Imprensa/ PM