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Polí­tica

Oito lideranças políticas da Câmara de Palmas entre vereadores e suplentes manifestaram repúdio à decisão do lPT que no último sábado expulsou nos seus quadros pó prefeito de Palmas, Raul Filho e a primeira-dama, deputada estadual Solange Duailibe.

Em nota enviada a imprensa o grupo afirma que o partido tem usado de dois pesos e duas medidas para julgar causas semelhantes.

A expulsão do prefeito e primeira-dama se deu sob o argumento de que os dois, em 2010, apoiaram publicamente o candidato à reeleição, senador João Ribeiro (PR) em detrimento do candidato do partido Paulo Mourão.

O grupo ainda afirma que em 2011 a deputada Solange Duailibe foi candidata a presidência da Assembleia Legislativa, com apoio declarado de todos os deputados de oposição, o que daria ao PT o comando do Legislativo Estadual e a direção regional do PT apoiou outro candidato, o governista Raimundo Moreira (PSDB), exigindo que a deputada retirasse sua candidatura.

Segundo os vereadores, como a deputada não cedeu e manteve sua candidatura, este seria o motivo por estar sendo punida. O grupo de vereadores ainda afirma que um dos principais articuladores para a expulsão do prefeito Raul Filho e da primeira-dama, Paulo Mourão em 2006 foi um dos líderes que se colocou contra os candidatos do próprio partido, apoiando candidatos de coligações adversárias e nem por isto foi expulso.

Confira abaixo a nota de repúdio do grupo de vereadores.

Nota de Repúdio à decisão do PT, sobre a expulsão do prefeito Raul Filho e da primeira-dama, deputada Solange Duailibe

Vimos a público manifestar indignação e repúdio à decisão do Partido dos Trabalhadores, ao qual somos filiados, e pelo qual temos respeito e comungamos da ideologia. Porém, os últimos fatos nos fizeram refletir sobre a conduta adotada por membros do Diretório Regional, que ao que parece, pretendem tornar a sigla como propriedade pessoal.

O prefeito Raul Filho e a primeira-dama de Palmas, deputada Solange Duailibe, sofreram processo de expulsão, sob a alegação de não estarem agindo de acordo com o estatuto partidário.

Numa breve retrospectiva, foi possível perceber que o PT do Tocantins tem usado de dois pesos e duas medidas para julgar causas semelhantes

1)Em 2006, o Partido dos Trabalhadores decidiu, em convenção, apoiar o senador Leomar Quintanilha, que pleiteava o governo estadual e o advogado Célio Moura, pleiteando o cargo de senador. Quase a totalidade do PT preferiu apoiar o então candidato Marcelo Miranda (PMDB), ao governador estadual, e a candidata ao senado, Kátia Abreu, filiada ao Democratas.

2)O argumento que o PT utiliza hoje para expulsão do prefeito Raul Filho é o fato de ele ter apoiado publicamente o candidato à reeleição, senador João Ribeiro, que à época era membro do Conselho Político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A situação em nada difere da que o PT adotou em 2006.

3)Neste ano de 2011, a deputada Solange Duailibe foi candidata a presidente da Assembléia Legislativa, com apoio declarado de todos os deputados de oposição, o que daria ao PT o comando do Legislativo Estadual. O PT apoiou outro candidato e exigiu que a deputada Solange Duailibe retirasse sua candidatura. Como a deputada não cedeu e manteve sua candidatura, está sendo punida. Ora, onde está democracia tão defendida por nosso partido que quer negar direitos constitucionais de votar e ser votado?

4)Paulo Mourão, um dos principais articuladores para a expulsão do prefeito Raul Filho e da primeira-dama Solange Duailibe, também em 2006 foi um dos líderes que se colocou contra os candidatos do próprio partido, apoiando candidatos de coligações adversárias.

5)Ainda em 2006, o PT estava organizado partidariamente em mais de 100 municípios tocantinenses e contava então com 14 prefeitos. Destes, apenas o prefeito de Couto Magalhães, Júlio César, apoiou publicamente os candidatos do próprio partido, cujo candidato a governador alcançou pouco mais de 8 mil votos.

6)A partir dos fatos citados, é que chegamos à conclusão de que o PT tem se pautado pela decisão de dois de seus dirigentes – Donizeti Nogueira, atual presidente regional do partido e José Santana, atual prefeito de Colinas, que impõem sua vontade a cima dos interesses partidários. A métrica utilizada tem sido a perseguição, caso contrário, não seriam tomadas decisões diferentes para situações iguais.

Fato curioso - Na edição deste domingo, 17 de abril, do Jornal do Tocantins, aparece uma foto do ex-prefeito de Ponte Alta, Artuzinho, que em 2006 não apoiou a coligação do partido e hoje vota pela expulsão do prefeito Raul Filho e da deputada Solange Duailibe, por não terem apoiado os candidatos do PT. A pergunta que fica é A regra admite exceções ou vale pra todos? Será que o PT está usando a máxima Aos amigos tudo, para os outros os rigores da lei?

Finalmente, observamos que o PT conseguiu chegar ao poder quando admitiu a abertura, o diálogo com outras legendas e embora tenha se mantido firme em seus ideais, soube ceder no que era necessário, rever posturas e abdicar do radicalismo. Ao que parece, o PT do Tocantins, com esta atitude, volta ao início do processo político, retroagindo no que já foi conquistado, diminuindo o seu espaço democrático e se fechando em questões que não engrandecem nem seus membros, nem a sociedade Tocantinense.

Palmas-TO, 17 de abril de 2011

Vereador Ivory de Lira (PT) – Palmas/TO

Presidente da Câmara Municipal de Palmas

Vereador Milton Neres (PT) - Palmas/TO

Vereador Bismarque do Movimento (PT) - Palmas/TO

1º suplente de Vereador José Guimarães Gordo (PT) - Palmas/TO

2º Suplente de Vereador Rilton Faria(PT) - Palmas/TO

3º Suplente de vereaador Mauro Mota (PT) - Palmas/TO

4º Suplente de Vereador Pr. Claudemir Lopes (PT) – Palmas/TO