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Campo

O Movimento dos Trabalhadores dos Trabalhadores sem Terra (MST) e Via Campesina rebateram por meio de nota, neste sábado, 23, a informação da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Estado do Tocantins (Incra), de que a ocupação da Fazenda Dom Bosco na última quinta-feira, em Porto Nacional desrespeita acordo firmado com lideranças dos principais movimentos sociais do Tocantins.

Segundo o Incra as reivindicações do movimento somente serão discutidas após a desocupação do imóvel.

Na nota deste sábado o MST afirma que enquanto existir trabalho escravo, injustiça, exploração, apropriação das terras públicas, irá “lutar, ocupar, marchar, acampar”. Segundo a nota, o acordo do MST é “com a reforma agrária, com a justiça, com as famílias sem terra, com a Educação do Campo de Qualidade, com a vida, com aqueles que acreditam, entendem e praticam que a terra precisa ser distribuída e não concentrada.”, diz a nota. Confira abaixo a nota na íntegra.

NOTA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

MST e Via Campesina, por que lutamos.

1. Por que temos o compromisso histórico de continuar o processo de luta e a construção de uma sociedade justa;

2. Por que temos acampamentos no Estado do Tocantins com mais de dez anos e as famílias continuam sem terras;

3. Por que o trabalho escravo é uma prática dos grandes proprietários de terra;

4. Por que os grandes proprietários que dizem ser “dono” das terras, o fizeram foi se apropriar das terras públicas, grilar, tomar dos pequemos posseiros, terra esta que deveria estar nas mãos dos trabalhadores e o governo não faz nada;

5. Por que 70% dos alimentos que chega a mesa dos brasileiros são produzidos pelos camponeses (feijão, ovo, leite, farinha de puba, verduras, mandioca);

6. Por que a reforma agrária não é prioridade do governo brasileiro;

7. Por que o plantio de soja, eucalipto a criação de gado e as barragens são fábricas de sem terra ao tomarem as terras dos camponeses;

8. Por que os grandes proprietários de terras destroem os rios, as florestas, as matas ciliares, são multados, não pagam e ainda querem anistia dos crimes ambientais;

Enquanto existir trabalho escravo, injustiça, exploração, apropriação das terras públicas... iremos lutar, ocupar, marchar, acampar... Como diz o poeta: “Há pessoas que lutam um dia e são boas. Há outras que lutam um ano e são melhores. Mas há as que lutam toda a vida e são imprescindíveis” O nosso acordo é com a reforma agrária, com a justiça, com as famílias sem terra, com a Educação do Campo de Qualidade, com a vida, com aqueles que acreditam, entendem e praticam que a terra precisa ser distribuída e não concentrada.

MST – Antonio Marcos Nunes Bandeira

MAB – Cirineu da Rocha