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Campo

Foto: Madson Maranhão

Foto: Madson Maranhão

A piscicultura foi um dos destaques do setor produtivo do Tocantins em 2011. A área foi responsável por uma movimentação financeira de R$ 150 milhões. Atualmente, o Estado possui cerca de mil empreendimentos piscícolas, produzindo 7.500 toneladas de peixe. Em 2007, a produção no Estado era de 4,3 mil toneladas, o que representa um crescimento de 74%, em apenas quatro anos.

Como fator fundamental para este crescimento pode-se citar a criação da Subsecretaria de Aquicultura e Pesca dentro da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário (Seagro). A responsável pela subsecretaria, Miyuki Hyashida, lembra que a concepção da Subsecretaria provou a preocupação do Governo com o setor e deu ânimo ao crescimento e aos novos investimentos. “O Estado tem potencial para se tornar um dos principais produtores de pescado do Brasil, até 2014”, disse, acrescentando que os aquicultores do Tocantins lutaram por cerca de 20 anos para desenvolverem a piscicultura.

Como um dos principais avanços, a subsecretária cita a liberação de mais de R$ 100 milhões em crédito destinado à piscicultura no Tocantins. O recurso disponível, por meio do Banco do Brasil, foi fruto de uma parceria entre o Governo e a Faet – Federação da Agricultura do Tocantins. A linha de financiamento está disponível também para o pequeno produtor, que pode pegar até R$ 130 mil, com uma taxa de juros de dois por cento ao ano.

Outra grande conquista foi a revisão da Resolução 27 do Coema – Conselho Estadual do Meio Ambiente – aprovada em novembro deste ano e que dá mais segurança aos criadores. Segundo Miyuki, agora será possível tirar piscicultores da ilegalidade e integrá-los aos programas de investimentos, impulsionando o setor. “Conseguimos votar uma das melhores legislações do País, que servirá de exemplo para outros Estados”, comemora.

Seagro

Para o secretário da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Jaime Café, somente a revisão da Lei que rege o Coema, que foi uma luta da Seagro, já valeria a criação da Subsecretaria de Aqüicultura e Pesca, mas muitas outras conquistas foram alcançadas neste ano. “Conseguimos a instalação da Embrapa Pesca e Aquicultura e realizamos vários diagnósticos que servem de parâmetro para a instalação de indústrias, como as de ração, por exemplo”, disse.

Café lembra ainda que o Governo tem se empenhado para trazer novos investidores ao Estado, como nos casos dos projetos entregues à empresários japoneses e espanhóis. “Para 2012 estamos avaliando a possibilidade de uma viagem ao Chile para conhecer as políticas públicas e as parcerias privadas que fazem do País modelo na produção de peixes”, comentou Café, acrescentando que quer trazer o caso de sucesso para ser aplicado no Tocantins.

Perspectivas

Esses avanços já causaram impacto na expectativa de produção dos piscicultores e nos frigoríficos instalados no Tocantins. De acordo com o engenheiro de alimentos do Frigorífico Piracema, Valteir Valadares, instalado em Almas, a expectativa para 2012 é dobrar a produção. “O setor tem uma ótima previsão de crescimento, porque tem novos produtores no mercado e ao mesmo tempo há uma demanda crescente de consumo”, afirmou o engenheiro.

A produção do Frigorífico Piracema é voltada para o mercado regional, mas já fornece produtos para cidades da Bahia, de Goiás e Brasília. Segundo Valadares, para 2012, já foram firmadas parcerias com 10 novos fornecedores de peixe e o intuito é levar os produtos para cidades da região Sudeste.

Situação Atual

No Tocantins, cerca de sete mil pessoas estão ligadas, direta ou indiretamente, à piscicultura. O Estado já conta com quatro frigoríficos de peixes, com o SIF – Selo de Inspeção Federal, 120 mil hectares de lâmina d’água em barragens, 25 mil hectares de áreas propícias à instalação de viveiros. Ao todo, oito unidades produtoras de alevino são responsáveis por aproximadamente 40 milhões de larvas, alevinos e pós-larvas de espécies nativas como caranha, cachara, piau, pirarucu e tambaqui.

Além disso, vários investidores trabalham em projetos de construção e ampliação de unidades industriais de pescado e engorda, tendo em vista a projeção de crescimento do setor. (Ascom Seagro)