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Economia

Pesquisa desenvolvida pela Endeavor Brasil, organização que trabalha na promoção do empreendedorismo, apontou que 60% dos universitários brasileiros pensam em abrir uma empresa no futuro. A pesquisa – que estudou o perfil de universitários e professores de 46 universidades, em onze estados das cinco regiões do Brasil – constatou dados positivos como o fato de 91,3% das instituições de ensino oferecerem disciplinas ligadas ao empreendedorismo.

“O resultado mostra que, muitas vezes, o que falta é educação empreendedora e não vontade de empreender”, disse a presidente da Associação dos Jovens Empresários e Empreendedores do Tocantins (Ajee/TO), Mercia Fernanda de Moraes,

A presidente da Ajee no Tocantins, destacou que a educação empreendedora é uma busca constante tanto da Ajee, quanto da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje). Mércia recordou que a educação empreendedora foi o tema central do 18º Congresso Nacional de Jovens Empreendedores que aconteceu em Salvador há menos de 15 dias.

“Foram três dias muito produtivos, com a presença de grandes profissionais e empresários que tratam a educação empreendedora como ferramenta primordial para o desenvolvimento do Brasil”, pontou Mércia. A presidente da Ajee/To recordou que, no do evento, foi elaborada uma carta de intenções com direcionamentos e propostas dos jovens líderes para o futuro do País.

Batizada de “Agenda Brasil de Jovens Líderes”, a carta teve como tema central a educação empreendedora e é o ponto de partida para as próximas ações do movimento nacional de jovens empreendedores, encabeçadas a Conaje, e suas entidades representativas espalhadas pelo País.

Os resultados da pesquisa

A pesquisa revela que o empreendedorismo está na cabeça dos universitários brasileiros, mas revela uma disparidade entre pensamento e atitude empreendedora. Apenas uma pequena porcentagem dos universitários entrevistados estuda ou se prepara para abrir um negócio.

Segundo dos dados da pesquisa, apenas 38,1% dos empreendedores potenciais – aqueles 60% que pensam em abrir um negócio – concordaram com a afirmação “gasto tempo aprendendo a iniciar um novo negócio”. O índice daqueles que revelaram estar economizando dinheiro para abrir seu empreendimento é menor ainda: 24,4%.

O número dos universitários que exerce trabalho remunerado em negócios recém-criados, fator que estimula a confiança para empreender, também não é muito relevante. Eles são apenas 28% dos entrevistados. Mesmo com esse índice pequeno, a confiança dos universitários foi uma característica considerada marcante pela análise da pesquisa.

O número de universitários que concordou com a afirmação “Eu sempre consigo resolver problemas difíceis se eu me esforçar bastante” foi de 92,3%. Porém a confiança balançou quando eles foram questionados sobre possuírem habilidades técnicas para abrir um negócio.

Apenas 51,81% dos universitários disseram estar aptos a estimar o valor de capital inicial e capital de giro necessário para iniciar um novo empreendimento. Outras atividades ligadas a planejamento financeiro e de marketing também encontraram as menores médias de conhecimento.

Os dados apontaram ainda uma relação entre empreendedorismo e cultura empreendedora no lar. O número de universitários empreendedores que tem pai ou mão empreendendo é 62,8%.

A educação

A disciplina “Introdução ao empreendedorismo” está presente em 69,6% das universidades; a disciplina “criação de negócios” está na grade curricular de 63% das instituições de ensino;

O dado desanimador é que apenas 39,7% dos alunos entrevistados já cursaram alguma disciplina ligada a empreendedorismo. Os fatores levantados para essa baixa procura pelas disciplinas foram falta de divulgação; oferta insuficiente; e  falta de cursos atrativos aos jovens.

O estudo revelou ainda que,  apesar das Instituições de Ensino Superior estarem mais abertas e com maior diálogo com o mercado de trabalho, não são todas que recebem palestrantes e convidados para falar sobre e tema. Estas representam 89,1% das universidades estudadas. O número de IES que promovem visitas a pequenos negócios é de apenas 43,5%.

A pesquisa ouviu 6.215 universitários, sendo que 52,4% são homens e 47,6% mulheres. A idade média é de 23,3 anos. A maior parte deles, 75,3%, tem entre 17 e 24 anos;  15% na faixa entre 25 e 30 anos e 10% com mais de 30 anos. (Dicom Ajee)