Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Estado

Foto: Divulgação

De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, um paciente politraumatizado, ou seja, com várias fraturas, custa, a cada três dias de internação normal, entre de R$ 2.000 à R$ 2.500 ao Sistema Único de Saúde (SUS). O ônus é ainda maior quando o paciente necessita ser internado em UTI e utilizar centro cirúrgico. Neste caso, o tratamento gira em torno de R$ 4.000. Valores estes que têm se tornado grande preocupação do setor público, principalmente da área de saúde, já que as unidades de internação estão superlotadas em decorrência do grande número de vítimas de acidentes automobilísticos. Um exemplo real é o Hospital Geral Público de Palmas (HGP). Dados revelam que 80% das ocorrências graves recebidas na unidade são provenientes de acidentes de trânsito, destes, 60% envolvendo motociclistas. De acordo com dirigentes da unidade, o grande número de colisões no tráfego tem gerado insuficiência no atendimento dos demais casos, principalmente das cirurgias eletivas.

Com estas informações, o coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Patrimônio Público (Caopp), procurador de Justiça Marco Antônio Alves Bezerra, expôs os motivos que levaram o Ministério Público Estadual (MPE) a convocar discussões sobre a situação dos acidentes de trânsito de Palmas e os reflexos econômicos decorrente destes, durante audiência pública ocorrida na manhã da última quarta-feira, 27. A procuradora-geral de Justiça, Vera Nilva Álvares Rocha Lira, abriu o evento e falou sobre a importância do engajamento de todos no combate a esta problemática, que tem ceifado vidas na capital. “O trânsito tornou-se um problema social. Cabe a nós agirmos, discutindo democraticamente e apresentando as soluções”, reforçou.

Na ocasião, o Procurador falou sobre o trabalho desenvolvido pelo MPE, nos últimos seis meses, em que dados e informações foram coletadas junto aos órgãos e instituições ligadas direta ou indiretamente ao trânsito. Baseado no relatório, Marco Antônio mostrou aos presentes as possíveis causas destes acidentes e as soluções que poderiam auxiliar na redução dos índices. O desrespeito às leis de trânsito surgiu como um dos problemas mais evidentes. “O trabalho educativo no trânsito deve ser perene, constante e agudo”, disse.

O aumento frenético na frota de veículos, traçado das rotatórias, má formação de condutores e interrupção das avenidas JK e Teotônio Segurado na altura do Palácio Araguaia foram algumas das causas também apontadas. Baseado na exposição dos problemas foram elencadas, em seguida, as sugestões para amenizar a situação.

Os representantes das instituições colocaram seus pontos de vista e propuseram novas medidas a serem adotas. O juiz de direito, Pedro Nelson foi o primeiro a fazer o uso da palavra. Ele fez duras críticas, principalmente, à ineficiência dos equipamentos eletrônicos de fiscalização, que muitas vezes não estão ativados. Já a deputada estadual Josi Nunes defendeu que deve ser intensificado o trabalho educativo, principalmente, nas escolas com a inclusão da disciplina específica na grade curricular.

O debate continuou com as colocações de representantes de autoescolas, agentes de trânsito, Detran, entre outros. Ao fim do encontro, Marco Antônio avaliou como produtiva a audiência, pois novos dados foram coletados e sugeriu a criação de uma rede para constantes debates sobre o assunto. Tudo que foi apurado pelo MPE, neste procedimento, será encaminhado aos envolvidos. Segundo ele, o MPE vai cobrar a tomada de medidas dos apontamentos factíveis de realização, sob pena dos omissos serem acionados judicialmente.