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Saúde

Começa nesta segunda-feira, 18, a campanha para detecção precoce de casos de Hanseníase e Tracoma, bem como o tratamento preventivo (profilático) de verminoses (geohelmintíases) em escolas de 22 municípios tocantinenses. O objetivo da Campanha é reduzir a carga parasitária de geohelmintos em alunos da rede pública, bem como identificar casos suspeitos de hanseníase e tracoma que serão encaminhados para rede básica de saúde para confirmação diagnóstica e tratamento.

Esses municípios selecionados receberam recursos financeiros do Governo Federal para realizar ações de prevenção e notificação em alunos de cinco a 14 anos do Ensino Fundamental. As atividades da campanha seguem até o dia 22 de março e incluem mobilização e orientações de professores e escolares, subsidiadas por material didático confeccionado para esse fim, além da oferta da dose do antihelmíntico e do preenchimento de formulário do método espelho.

Formulário

O método do espelho consiste em um formulário a ser preenchido por pais e/ou responsáveis a respeito de sinais e sintomas sugestivos de hanseníase, bem como, sobre o histórico familiar da doença. Na presença de lesões sugestivas, o aluno será encaminhado por profissional da educação à Unidade de Saúde para exame médico, onde poderá ser confirmado o diagnóstico de hanseníase, com início imediato do tratamento.

Municípios

Receberam recursos para essas ações os municipios de: Araguaína, Guaraí, Araguatins, Gurupi, Augustinópolis, Lizarda, Axixá do Tocantins, Mateiros, Buriti do Tocantins, Miracema do Tocantins, Chapada da Natividade, Miranorte, Campos Lindos, Palmas, Carrasco Bonito, Recursolândia, Colinas do Tocantins, Rio da Conceição, Couto Magalhães, Santa Maria do Tocantins, Esperantina, São Miguel do Tocantins.

Hanseníase

No Brasil a Hanseníase ainda persiste como problema de saúde pública, sendo que o Tocantins é o segundo estado brasileiro com maior coeficiente de detecção de casos novos em todo País e o primeiro no que se refere ao coeficiente de detecção de menores de 15 anos.

No ano de 2011 o Tocantins registrou um coeficiente de detecção geral de 71,28/100.000 habitantes e um coeficiente em menores de 15 anos de 19,10/100.000 habitantes, ambos indicadores considerados hiperendêmicos segundo os parâmetros do Ministério da Saúde.

Verminoses (geohelmintos)

As crianças constituem um importante grupo de risco para as infecções por geohelmintos, uma vez que estão em fase de intenso crescimento físico e desenvolvimento cognitivo. O impacto negativo da infecção produz, além da redução no desenvolvimento físico e mental, uma diversidade de quadros mórbidos que incluem diarreia, dores abdominais, inapetência, perda de peso, até complicações como a formação de granulomas e processos obstrutivos que exigem intervenção cirúrgica, podendo inclusive levar ao óbito.

Como ação de redução da carga de infecção por geohelmintos, o Ministério da Saúde propõe a implantação do tratamento quimioprofilático em crianças de cinco a 14 anos.

Tracoma

O tracoma é uma afecção inflamatória ocular crônica, cujo agente etiológico é a Chlamydia Trachomatis, uma bactéria gram-negativa, que produz uma ceratoconjuntivite crônica recidivante.

Em decorrência de infecções repetidas, pode ocorrer a formação de cicatrizes na conjuntiva tarsal superior propiciando a formação de entrópio e triquíase. Estas lesões provocam o atrito da pálpebra e dos cílios com a córnea, e podem levar à cegueira, que segundo estimativas globais da Organização Mundial de Saúde, em 2009, revelam que existem em torno de 41 milhões de pessoas no mundo com tracoma ativo, 8 milhões com triquíase tracomatosa e 1,8 milhão de cegos devido ao tracoma.

O tracoma em sua forma inflamatória ocorre, predominantemente, em crianças nos locais onde existem más condições sócio-econômicas, parecendo estar relacionado à falta de saneamento básico e higiene, e ao baixo nível educacional dos pais.

O segundo Inquérito Epidemiológico Nacional do Tracoma foi realizado no ano 2003, no Tocantins em 88 municípios com 144 escolas públicas com alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. Foram examinados 7.184 alunos, com 387 casos e 1.310 familiares examinados com 158 casos detectados. O Coeficiente de prevalência encontrado no Estado foi de 5,38% e a media nacional era de 5%. (Fonte: Ministério da Saúde)