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Ciência & Tecnologia

Tefé (foto) pertencente à mesorregião do centro amazonense assim como o município de Coari

Tefé (foto) pertencente à mesorregião do centro amazonense assim como o município de Coari Foto: Antonio Pereira da Rocha

Foto: Antonio Pereira da Rocha Tefé (foto) pertencente à mesorregião do centro amazonense assim como o município de Coari Tefé (foto) pertencente à mesorregião do centro amazonense assim como o município de Coari

Um dos maiores desafios do País é levar conexão à Amazônia, em função das condições geográficas. Mas por que não aproveitar os rios e lançar cabos paralelos às suas margens? Com base nesse conceito, a Rede Nacional de Pesquisas (RNP), em parceria com a Padtec, fabricante nacional de sistemas de transmissão, desenvolveu um projeto para interligar, via cabo subfluvial, Coari a Tefé no Amazonas.

O piloto integra o Programa Inova Telecom, envolve um trecho de 200 quilômetros, deverá custar R$ 15 milhões e estará pronto em dois anos. Se for bem sucedido, pode abrir espaço para um ousado projeto de interconexão de toda a Amazônia, envolvendo 7,7 mil quilômetros de cabos subfluviais que vão atender a 74% das cidades, onde vivem 94% da população. O custo de todo o projeto é estimado em US$ 500 milhões.

Este não será o primeiro, porém,  a usar cabo sufluvial. A Embratel lançou um cabo na Amazônica cortando o rio transversalmente, e enfrentou problemas de rompimento da conexão por algumas vezes até que conseguisse concluir a empreitada. O que a RNP quer é lançar o cabo a favor da correnteza, para evitar os problemas de tração.

De acordo com Nelson Simões, presidente da RNP, o projeto é inovador e permitirá à Padtec criar um novo produto com perspectivas de mercado também em continentes como África e Ásia. Embora tenha lançado recentemente seu primeiro cabo submarino, nas Antilhas, a empresa terá que adaptar a tecnologia desenvolvida para o mar para as condições dos rios da Amazônia, o tipo de leito. “E isso leva tempo”, comenta Simões.

Se o projeto do cabo subfluvial envolve o desenvolvimento de novas tecnologias, a sua concepção não é nova. O presidente da RNP relata que, durante as pesquisas, verificou-se que o mesmo conceito foi adotado pela Siemens, que recebeu do imperador D. Pedro II a concessão para levar o telégrafo até Manaus. Entre 1895 e 1896 construiu e lançou um cabo subfluvial para levar a comunicação à Amazônia.

O projeto está sendo acompanhado com atenção por vários ministérios, pois ele é estratégico para o País. É importante para a área de ciência e tecnologia, já que a Amazônia é um laboratório natural de pesquisas, para a área de educação, pois os campi da região precisam de conexão, e para a defesa do país.

A decisão de ligar Coari, que já conta com conexão levada pelo governo do Amazonas em parceria com a Petrobrás, a Tefé, que só tem conexão via rádio (trunking), foi resolver as demandas do Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento Sustentável, a reserva Manauara, no município de Tefé. (Fonte: Telesíntese)