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Educação

Foto: Divulgação Prefeito teria chegado de surpresa na reunião dos professores Prefeito teria chegado de surpresa na reunião dos professores

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Palmas (Sintet), Joelson Pereira, e professores em greve na Capital, afirmaram em entrevista ao Conexão Tocantins na manhã desta quinta-feira, 8, estarem sofrendo constrangimento e ameças do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), e do secretário municipal da Educação, Danilo de Melo Souza, quanto à greve da categoria.

Segundo afirmou Joelson, o prefeito Amastha junto ao secretário Danilo estiveram na noite de ontem, em duas unidades de ensino de Palmas, constrangendo e ameaçando os professores. De acordo com Joelson, o prefeito disse que a greve é ilegal e ameaçou cortar o ponto dos professores. “Ele está antecipando uma possível ação judicial. O Sindicato repudia e isso só demonstra a incapacidade do prefeito e do secretário de dialogar”, afirmou.

Uma professora que preferiu não se identificar para não sofrer retalhações, confirmou ao Conexão Tocantins que acontecia reunião com os pais dos alunos na Escola Vinícius de Moraes para explicar sobre a greve da categoria quando foram surpreendidos com a chegada rápida do prefeito Carlos Amastha acompanhado da esposa Glô Amastha, do secretário Danilo de Melo e do secretário Tiago Andrino. "Ele nos humilhou diante dos pais e alunos. Não estávamos preparados e não convidamos o Sindicato porque era uma coisa corriqueira", afirmou.  

Ainda segundo a professora, o prefeito levou também assessores e seguranças, arrumou a iluminação que não funcionava em frente a escola e levou equipe de filamagem para filmar os professores. "Ele (o prefeito) se dirigiu aos pais como se fossemos vilões, não tínhamos condições de nos defender porque não estávamos preparados. O secretário levou impresso o salário de cada servidor para os pais verem quanto cada um de nós recebemos. Fazia perguntas do tipo: alguém aqui recebe R$ 6 mil, R$ 5 mil?", informou a professora.

Segundo a professora, teve professor que chorou diante da situação, da pressão por parte do prefeito. "Temos direitos adquiridos, não pagos! Nós não temos estrutura específica aqui da nossa unidade, para trabalharmos. Se liga o ar-condicionado da minha sala não posso ligar o computador. Se liga um ar-condicionado do pavilhão, cai de todos os outros. Então, a gente fica sem energia e nem sequer os ventiladores podem funcionar. Todos os dias tem queda de energia. Todos os dias! São por essas e outras questão que a gente está em greve!", frisou. 

Alunos no pátio da escola

O presidente do Sintet em Palmas, Joelson Pereira, ainda informou um episódio constrangedor que aconteceu na manhã desta quinta-feira, 8 de outubro. Segundo o presidente, a diretoria da Escola Anísio Teixeira em Palmas impediu integrantes do Sindicato, entre eles, o próprio Joelson, de entrarem na escola. “A diretora colocou os alunos no pátio para dizer que está funcionando. Trancou a escola e impediu a gente de entrar e ainda chamou a Guarda Metropolitana”, afirmou.

O Sindicato começou a visitar as escolas para contabilizar as que estão participando da greve. Joelson afirmou que irá registrar Boletim de Ocorrência pelo constrangimento. 

Prefeitura de Palmas

O Conexão Tocantins tentou diversas vezes falar com o prefeito mas ele não atendeu a ligação para poder se explicar. O espaço continua aberto caso o prefeito queira expor sua versão dos fatos.