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Polí­cia

Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feria, 18, a Operação Chargeback com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada em compras fraudulentas pela internet. Os criminosos utilizam cartões clonados, bem como furtam dados dos usuários de internet banking. 50 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão preventiva, 12 de busca e apreensão e três de condução coercitiva. Todos os mandados estão sendo cumpridos em Palmas e Porto Nacional (Luzimangues), no Tocantins. 

Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal da capital. O Grupo de Pronta Intervenção (GPI) foi acionado para ajudar a capturar os procurados que têm histórico de homicídio e tentativa de homicídio.

As investigações iniciaram-se após a prisão de um dos integrantes da organização criminosa em janeiro deste ano. Ele foi detido no momento em que tentava retirar mercadoria numa agência dos Correios. As mercadorias haviam sido compradas em lojas virtuais com cartão de crédito e dados cadastrais de outras pessoas. Como forneciam endereços falsos ou inexistentes, os produtos voltavam para os Correios, onde os criminosos apareciam para retirá-los posteriormente. Suspeita-se que alguns funcionários dos correios facilitavam a retirada dessas mercadorias, especialmente em cidades do interior do Estado.

Ficou constatado que após receberem o material, eles o colocavam novamente à venda na internet, em sites de relacionamentos, via aplicativos de telefone, ou mesmo em suas residências, com preços bem mais baixos do que haviam comprado. Outro “serviço” oferecido pela organização era a compra de passagens aéreas a preços abaixo dos oferecidos pelas diversas companhias aéreas ou sites especializados. Com os cartões clonados das vítimas, os criminosos emitiam os bilhetes aos interessados, de forma fraudulenta, com até 50% de desconto.

Os criminosos conseguiam informações das vítimas através de compra de dados no mercado clandestino de outras organizações criminosas de hackers. Outra maneira é a implantação de informações maliciosas que redirecionam os códigos de segurança fornecidos em compras virtuais, bem como por meio de dispositivos de gravação conhecidos como “chupa-cabra”. Muitos cartões também eram clonados fisicamente para serem utilizados no comércio em geral.

Os presos serão indiciados por crimes de falsificação de documentos, invasão de dispositivo informático alheio, furto qualificado mediante fraude, receptação, lavagem de capitais e integrar organização criminosa. As penas mais graves, como no caso de lavagem de dinheiro, podem chegar a dez anos de reclusão.

O nome da operação Charge back é uma alusão ao procedimento de estorno e devolução dos valores aos clientes quando a venda é decorrente de fraude ou furto de cartões de créditos no comercio eletrônico, ou e-commerce.

Algumas dicas para se evitar a clonagem de cartões

Ao utilizar terminais de autoatendimento de bancos, verifique se há alguma peça solta ou mal encaixada nos terminais de atendimento antes de passar seu cartão; preste atenção na câmera do terminal, ela deve estar apontada para o seu rosto e não para suas mãos; desconfie se alguma das etapas de verificação do cartão não é pedida; caso seu cartão fique preso em algum terminal comunique imediatamente a um funcionário do banco;

Jamais passe informações bancárias como senhas, dados de cartões e informações pessoais pelo telefone, muitos criminosos se passam por funcionários das operadoras de cartão ou do banco da vítima.

Máquinas de pagamentos em lojas podem estar adulteradas, são os famosos “chupa-cabras”. Por este motivo, ao passar o cartão não permita que o atendente o leve para longe de você, não perca seu cartão de vista.

Ao realizar compras pela internet, tome muito cuidado. Evite realizar compras em sites desconhecidos. Vale solicitar ao banco o serviço de alertas de transação por SMS, para acompanhar o andamento das suas compras.

Cuidado ao abrir e-mails que mandem clicar em links, como e-mail de cobrança ou mesmo falsas intimações de órgãos oficiais. Nas mensagens conhecidas como “phishing scan”, recebe-se e-mails enganosos, com o intuito de instalar programas maliciosos no computador da vítima, para “furtar” dados e senhas digitados ao acessar páginas bancárias ou no momento em que a vítima vai fazer compras em lojas virtuais.

Ao identificar alguma transação realizada sem seu conhecimento, em seu cartão de crédito/débito ou mesmo em sua conta bancária, informe imediatamente à instituição bancária e à operadora do seu cartão de crédito.

Instale um bom antivírus em seu computador e jamais coloque seus dados pessoais ou bancários em locais públicos, inclusive em sites de relacionamento.

Correios

Os Correios informam que ainda não foram notificados pela Polícia Federal sobre as suspeitas apontadas. Após a notificação, a empresa informa que abrirá processo administrativo disciplinar e afastará, de imediato, os possíveis envolvidos.

Os Correios também informa que se coloca à disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações. (Atualizada às 19 horas)